Escolas do município terão palestra sobre alienação parental

campanha-e-palestras-nas-es“Uma criança, do sexo feminino, tinha verdadeiro horror ao pai, apresentando sintomas de depressão, tudo porque achou, durante anos, que havia sido abusada sexualmente pelo próprio genitor. Acontece que a violência não passou de uma invenção da mãe para afastar a filha do ex-marido”. Casos como o narrado pela psicóloga Hélem Machado Almeida tem sido destaque na imprensa nacional há alguns anos e é argumento recorrente nos tribunais de todo País em processos de troca de guarda. Trata-se da Síndrome de Alienação Parental, também conhecida por SAP ou ainda pela sua sigla em inglês PAS, que agora será debatida também nas escolas públicas do município num projeto que envolve a psicóloga, o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) e a Secretaria Municipal de Educação (Semed).

O prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Pires (PSB), recebeu as coordenadoras e hipotecou total apoio ao projeto que foi iniciado este ano em escolas públicas do Estado e consiste em palestras com a participação de pais de alunos e comunidade em geral.

Ainda esta semana a psicóloga e a fisioterapeuta Maria José de Araújo, do Nasf, devem receber um documento para que possam se apresentar nas escolas e escolher junto aos diretores a melhor data para o início do projeto.

A secretaria municipal de Educação, professora Leiva Custódio Pereira gostou muito do projeto e pôs-se à disposição para ajudar no que for necessário para a implementação nas escolas de Ji-Paraná. A sugestão de Leiva é que as palestras se iniciem pelas escolas municipais Ruth Rocha, JandineiCella e Adão Lamota “por se tratar de escolas que trabalham com a Educação de Jovens e Adultos (EJA), ou seja, são alunos que podem até estar vivendo este tipo de situação”.

“A ideia é informar mais sobre a Síndrome e expor o quanto esse tipo de atitude pode prejudicar a criança, podendo, em casos extremos, levá-las a um quadro depressivo grave e até mesmo ao suicídio”, explicou Hélem Machado.

 

O que é a SAP?

O termo, segundo o site Síndrome de Alienação Parental, especializado no assunto, foi proposto pelo psiquiatra Richard Gardner em 1985 “para a situação em que a mãe ou o pai de uma criança a treina para romper os laços afetivos com o outro genitor, criando forte sentimento de ansiedade e temor em relação a ele”.

Os casos mais frequentes da Síndrome estão ligados a situações onde o fim do casamento gera, em um dos pais, uma tendência vingativa, geralmente causada pela não-aceitação da separação, que desencadeia um processo de desconstrução da imagem, desmoralização e descrédito do ex-cônjuge, onde o filho é usado como instrumento de agressividade contra o ex-parceiro.

No Brasil, de acordo com matéria publica pela revista IstoÉ em 2008, como em 90% dos casos de separação a guarda dos filhos fica com a mãe, a prática da alienação parental é mais comum às mulheres.

Ainda de acordo com a revista, quem tem a guarda costuma dificultar o contato do filho com o outro genitor, contar mentiras, falar mal e, em casos extremos, inventar que o filho era espancado e até molestado, o que, conforme a psicóloga Hélem Machado acaba prejudicando o filho tanto quanto se a violência realmente tivesse sido praticada.

Outro dado importante a ser tratado nas palestras, é que desde 2010 a alienação parental virou Lei (Nº 12.318), que prevê medidas que vão desde o acompanhamento psicológico até a aplicação de multa ou mesmo a perda da guarda da criança.

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