O que se pode esperar nestas eleições de governador

disputa(Roberto Gutierrez) Padre Ton (PT), Pimenta (PSOL), Expedito Júnior (PSDB), Jaqueline Cassol (PP) e Confúcio Moura (PMDB). Estes são os personagens pela disputa do cargo mais importante do Estado – o de governador. Mesmo após o prazo final das Convenções, cinco de julho, é possível que ainda haja mudança. É o caso do PSDB – que seria obrigado a indicar um novo candidato caso o Supremo recuse homologar o registro ou não permita que ele concorra à base de liminar. Assim o substituto natural seria o vice – Neodi Oliveira (PSDC). Mas também não fica afastada a hipótese do ex-governador José Bianco (DEM) ser indicado a essa vaga. Bianco, até ontem (03/07), era o candidato a deputado federal pelo DEM, cujo partido está coligado ao PSDB. Também havia rumores de que, se o deputado federal Moreira Mendes (PSD-RO) não consiguir sinal verde para homologar candidatura ao Senado, Bianco seria o candidato a essa vaga (pouco provável que ocorra).

Sem querer ser cruel, mas, a leitura que faço, chego a três possibilidades: de que Padre Ton é candidato a governador porque acredita mesmo em milagre, que foi para o sacrifício para ajudar Confúcio Moura (PMDB), ou porque os aliados dele, para se verem livre do Padre como presidente do PT e deputado, o estimularam a ser candidato.

Vamos pensar numa estratégia: Se o PMDB levantar muito a bola da Dilma Rousseff, ajuda Padre Ton que é petista e vai usar da HONESTIDADE e LISURA com bandeiras para convencer o eleitorado de que é a melhor Opção.  No entanto, Rondônia, mesmo sendo algo insignificante para eleger um presidente, não deu a Dilma, quando estava no auge, há quatro anos sob as asas do Lula, a maioria dos votos no Estado. Imagine então agora cuja desconstrução feita contra a presidenta está muito forte!

A vantagem de ter Padre Ton candidato a governador alegra ao PMDB: quanto mais candidatos a governador, melhor para o Confúcio.

O PP, apesar de ter um vice carismático – Carlos Magno – traz o senador Ivo Narciso Cassol sedento do desejo de a forra política. Ele não suporta a ideia de ficar encurralado. Condenado no Supremo – corre o risco ser banido do Senado ainda neste ano, caso a prisão dele seja decretada. (Se é justo ou não a questão é que isso é fato). Assim, Cassol coloca a irmã dele, Jaqueline, como candidata a governador, uma das filhas como candidata a deputada federal, cogitava-se a mulher dele, dona Ivone como candidata ao Senado, tem o pai dele, que na atualidade é primeiro suplente de senador, e tem um irmão, Cesar Cassol – prefeito de Rolim de Moura – que foi escorraçado – os dois (Ivo e Ele) lavaram roupa suja na mídia e Cesar agora é cabo-eleitoral ferrenho do arqui-inimigo do Ivo Cassol: Expedito Júnior (PSDB). César queria ser o candidato a governador e Cassol puxou o tapete do irmão.

Segundo pesquisas publicadas com registro junto à Justiça Eleitoral, Expedito Júnior leva alguma vantagem sobre os demais concorrentes. Logo, será alguém que Cassol vai tentar atenuar. Assim, Expedito e Jaqueline Cassol vão se anular, ou seja, nadam na mesma praia porque deixam em dúvida alguns redutos aos quais ambos se acham donos.

Cassol tentará convencer que ele era melhor que todo mundo que já passou no governo e que a imã será um Cassol de fio dental. Tempo em que usava helicóptero para bater bola em fim de semana onde bem entendesse; que fazia o maior estardalhaço na imprensa quando entregava um saco de feijão. Aliás, Cassol sempre foi muito eficiente para fazer propaganda do governo dele. O problema é convencer o povo que a irmã dele será governadora de fato ou marionete de alguém. Aliás, por conta da cuja ficha suja, Cassol terá problemas para poder aparecer nos programas eleitorais do PP.

Expedito Júnior (PSDB) vai ressuscitar os mototaxistas, os taxistas, vai falar sobre a dívida do Beron e vai prometer um monte de coisas sem nunca ter tido experiência de cargo executivo. O forte do Expedito é que ele caiu na graça de muitos seguimentos; que anda muito, não é preguiçoso para fazer campanha, é carismático, conhece bem os corredores de Brasília, mas pesa contra ele a indefinição se conseguirá ou não manter a candidatura e a desconstrução que o senador Ivo Cassol poderá fazer contra ele. Afinal Expedito carregou Cassol para ser governador pela Primeira vez e Cassol carregou Expedito para ser senador. Carne e unha têm muitas confidências. A unha, inclusive, também costuma coçar oxiúros e Cassol já provou que para se dar bem entrega qualquer um.

Confúcio Moura (PMDB) enfim, se conseguir contratar uma boa equipe de marketing, poderá sair do armário – tentar fazer o que deveria ter feito durante os quatro anos de governo dele: competência para divulgar os atos e obras do governo. Vai pesar contra Confúcio a desconstrução que será feita de não ter pulso, de episódio de corrupção que rondou até os aposentos dele, enfim, muita coisa será aumentada. Mas isso faz parte. Apesar de ter um perfil calmo, ao contrário do Cassol, que parte pra cima, Confúcio é mais perigoso, porque apanha sem responder. Essa tática que requer preparo psicológico. Uma das vantagens é que, aos ouvidos do eleitor, cansam as críticas. E quem critica vai acabar falando sozinho. Nesse momento ele começa a falar coisas e ser ouvido pela primeira vez. Mesmo assim, trata-se de uma costura delicada, qualquer vacilo, o fio abre e o bumbum pode ficar de fora.

O resumo da ópera é que dificilmente Confúcio estará fora do segundo turno. Não porque seja o suprassumo, mas porque com muitos candidatos divide os dos votos de rejeição que não seriam do Confúcio; porque é governador; porque tem estrutura de campanha; porque tem o que mostrar; por que tem com que negociar espaço e isso realmente é o que valerá na disputa do segundo turno, quando uma nova eleição começa, porque nela já estrão definidos os 24 novos deputados estaduais, os oito deputados federais e o senador. A briga neste primeiro turno está pelo direito de conseguir disputar contra o atual governo de igual pra igual.

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