Assessores confirmam que Dilma irá comparecer no Congresso Nacional

Dilma comparecerá na sessão do impeachment
Dilma comparecerá na sessão do impeachment

Da redação – Um dia após ler a sua mensagem aos senadores e ao povo brasileiro, a presidente afastada Dilma Rousseff decidiu que irá ao Senado fazer sua defesa. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da petista.

Dilma já está redigindo o seu pronunciamento no Senado e terá a opção de apenas discursar e se retirar da sessão. A presidente afastada deve se manifestar após todas as testemunhas de defesa e acusação.

Carta

Nessa terça (16) durante a leitura da carta, Dilma defendeu a convocação de um plebiscito para encurtar o seu mandato e antecipar as eleições de 2018, pregou um pacto pela unidade nacional e disse que sua deposição seria um “inequívoco golpe”. Dilma se definiu como “honesta e inocente”, admitiu erros e afirmou não ser legítimo afastá-la pelo “conjunto da obra”.

“Não é legítimo, como querem os meus acusadores, afastar o chefe de Estado e de governo pelo “conjunto da obra” (…). Por isso, afirmamos que, se consumado o impeachment sem crime de responsabilidade, teríamos um golpe de Estado”, disse a petista. “O colégio eleitoral de 110 milhões de eleitores seria substituído, sem a devida sustentação constitucional, por um colégio eleitoral de 81 senadores. Seria um inequívoco golpe seguido de eleição indireta.”

Quatro dias de julgamento

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje (17) que espera que o julgamento final do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado seja concluído em quatro dias.

Por enquanto, o que já está definido é que o primeiro dia será na quinta-feira, 25 de agosto, às 9h. Após uma conversa nesta terça-feira (16) à noite no Supremo Tribunal Federal (STF) com o ministro Ricardo Lewandowski, que vai presidir a sessão, Renan estimou, hoje, sem incluir nos cálculos o fim de semana, que o julgamento deve durar quatro dias com o término da sessão se dando na terça-feira, 30 de agosto.

“Temos que otimizar ao máximo as sessões de quinta, sexta, segunda e terça de modo que finalizemos no mais tardar em quatro dias. Ninguém aguenta mais essa delonga”, afirmou o senador.

Nos bastidores, Renan trabalhava com líderes tucanos e peemedebistas para que houvesse sessão no fim de semana. Mesmo com a sinalização de que Lewandowski não pretende reunir os senadores sábado e domingo, o assunto deve ser um dos temas da reunião que o ministro tem neste momento com Renan e líderes de partidos no Senado. No encontro estão sendo definidos o rito e procedimentos do julgamento.

Votação final

Para afastar definitivamente Dilma Rousseff do mandato, serão necessários, desta vez, dois terços dos votos, ou seja, o apoio de, no mínimo, 54 dos 81 senadores. Se esse cenário se confirmar, o presidente interino Michel Temer assume definitivamente o cargo e a petista fica inelegível por oito anos. Se o mínimo necessário para o impeachment não for alcançado, ela retoma o mandato, e o processo no Senado é arquivado.

Investigação

Ontem o ministro do STF, Teori Zavascki, determinou a abertura de inquérito para investigar Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por suposta obstrução das investigações da Operação Lava Jato. A investigação atende a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Perguntado sobre a decisão do ministro, Renan minimizou o assunto. “ Não acho que abertura de inquérito significa muito, apenas uma oportunidade para as pessoas se defenderem. A grande diferença entre os investigados é entre aqueles que têm o que dizer e aqueles que absolutamente não têm o que dizer”, afirmou.

Ainda sobre o assunto, o presidente do Senado, que também é investigado, ilustrou o caso com sua experiência pessoal. “Da minha parte, todo inquérito aberto para investigar alguma coisa contra mim ou citação de terceiros é oportunidade para desfazer qualquer maledicência, qualquer tentativa de acusação, como já vimos em vários processos”, disse.

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