Expedito acha que Aécio vai cochichar em ouvido de ministro para conseguir o governo?

expeditotioaecioO candidato derrotado nas eleições para governo de Rondônia Expedito Júnior (PSDB) foi ao Senado pedir apoio de Aécio Neves (PSDB) para que ele, Expedito, tome posse como governador. O processo quanto à suposta compra de votos com comida distribuída a correligionários a qual envolve a convenção partidária que haveria de indicar o governador Confúcio Moura (PMDB) à reeleição sequer começou. Há tanto conflito de entendimento que, o próprio Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia precisou de um voto para haver desempate.

Mas, Expedito Júnior, cujo Ministério Público Eleitoral investiga suposto calote de campanha a uma gráfica que teria produzido material e não recebeu, acha que Aécio pode chegar ao TSE, cochichar no ouvido de algum ministro para interferir no processo duvidoso de cassação de registro do então candidato a governador Confúcio Moura? Os poderes são harmônicos e independentes. Ou será que Expedito acha que estamos na Venezuela?

Aliás, em matéria de compra de votos, não foi Expedito quem perdeu o mandato de senador por esse tipo de acusação?

O atual governador de Rondônia que, sequer havia sido homologado candidatura à reeleição, foi acusado, no caso o PMDB, de dar comida para correligionários em uma festa interna do partido que dura o dia todo. Mas isso é um caso para advogados e a Justiça Eleitoral se entenderem.

O que vem à tona, é que Expedito Júnior não comentou nada em Brasília, ao tio Aécio, o porquê do próprio Tribunal Regional Eleitoral (TRE) ter se negado a diplomá-lo. Aliás, na ausência do governador e do vice, é o presidente do legislativo estadual, no caso, Maurão de Carvalho quem assume o cargo de governador, ainda que por um período preestabelecido!

Outro detalhe que chama a atenção: não foi Expedito quem ficou desesperado para saber se o castigo de ilegibilidade acabaria de fato ou não antes das eleições de 2014?

Esse comportamento de Expedito, parece ascender uma chama de esperança a muitos cobradores e a centenas de pessoas que investiram na campanha eleitoral dele, demostra muita sede ao pote. Francamente, apesar dos argumentos que possam apresentar, não vejo vantagem alguma para o povo de Rondônia uma mudança de Governo neste momento tão delicado da economia brasileira e, ao mesmo tempo, em se tratando de um político que tinha tudo para se dar bem, acabou metendo, ao decorrer dos anos, os pés pelas mãos.

Expedito, a solução é rezar para que não fiques inelegível até 2016, caso contrário, terás que investir todas as fichas no teu filho, que é jovem, tem futuro político pela frente e, quem sabe um dia, chegar a governador, mas, com uma vantagem: aprendendo com os vacilos do pai.

Contraponto

Uma leitora me enviou um e-mail a respeito do pedido de SOS de Expedito Júnior ao tio Aécio e me chamou a atenção a forma com a qual ela se posiciona:

“Senhor roberto, não tenho lembrança de notícias de governadores afastados ou cassados em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas, Rio Grande do Sul e outros Estados do Sudeste. A não ser os golpes de revoltosos da Velha República. Não é porque sejam Estados diferentes e especiais. Tem crises seríssimas. Tem dificuldades graves. Mas, há entre os poderes um respeito mútuo e uma defesa da imagem dos seus Estados. O que parece não existir aqui. E o desejo coletivo da solução delas.  O Rio Grande do Sul, no Governo de Yeda Crusius, foi de crise política desde o primeiro mês até o último. Mesmo assim, ela terminou o mandato. Fez um grande trabalho. Sangrou os quatro anos, mas, deixou o seu legado de austeridade e modernização.  No Acre, com mais de cinco mandatos, o PT tem feito um trabalho incrível, há acordos entre os poderes que se respeitam. Tem modelos de saúde criativos e que funcionam as organizações sociais, parcerias público privadas e comunitárias, concessão de serviços públicos para terceiros, e inovam bastante. Os Estados pequenos do Norte e Nordeste que sempre estão às turras com crises bravas, que em alguns casos culminaram com o afastamento dos seus governadores eleitos, por quebra-de-braços entre poderes, que um deseja sobrepor ao outro, e que ficam neste efeito sanfona incrível, recebem em troca mais atraso, mais crise, mais dificuldade, mais sofrimento para todos. Há correntes doutrinárias em tudo na vida. Cada corrente do direito segue uma linha. Nenhuma está errada em si mesma. O fundamental é a dose certa das medidas. E não deixar vasar o culto à personalidade. Em Rondônia é bem conhecida a sistemática. Certo poder joga o fato para o conhecimento público para determinados articulistas, conhecidos e manjados. Sai de dentro pra fora. O de fora “solta” o fato na rua. O de dentro puxa como uma estilingada o mesmo fato e judicializa. Rondônia não merece tudo isto. O Estado é forte. Pode ser exemplar. Se a gente reclama que só sai notícia ruim do Estado é porque nós mesmos somos contra nós. Tudo sai daqui de dentro. Até parece que não gostamos do Estado, que temos uma “marcação” contra o Estado. Como é que queremos respeito, se não nos damos respeito? RESPEITO: NÓS PRIMEIRO, DEPOIS OS OUTROS.”

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