Ji-Paraná completa 38 anos e perfil progressista e acolhedor são marcas da cidade

Por Marcos Lock  -Em 1977, quando o presidente Ernesto Geisel autorizou a instalação do município de Ji-Paraná, moravam na então Vila de Rondônia cerca de duas mil pessoas. Em apenas 38 anos, a população chegou a aproximadamente 140 mil habitantes. Neste período os habitantes e suas realizações, bem como a administração pública, construíram uma história que, apesar de ainda breve, já foi o suficiente para a cidade ser classificada pela revista Veja como uma possíveis das metrópoles do futuro do País.  Há muito o que comemorar neste 38º aniversário e isto será feito em grande estilo — e com toda a justiça. Todos estão convidados a participar dos festejos organizados pela Prefeitura Municipal para marcar a data, que começam neste dia 21 à noite, a partir das 20 horas, com a inauguração da iluminação das luzes natalinas e a apresentação do Projeto Orquestra em Ação, no Ginásio Gerivaldo José de Souza (Gerivaldão). As festividades prosseguem até o dia 4 de dezembro, quando então será inaugurada a famosa Casa do Papai Noel.

DSC_0001-2 DSC_0023 DSC_0005Nestas quase três décadas, Ji-Paraná tem registrado temperaturas altas todos os anos, próprias da região amazônica, cuja média esteve em torno de 28ºC e com picos de 35ºC. O calor, no entanto, não se verificou apenas nas condições atmosféricas, mas em grande parte pelo calor humano que se tornou uma característica do povo ji-paranaense, o que, sob muitos ângulos, explica porque esta localidade atraiu tanta gente em tão pouco tempo. O perfil acolhedor aqueceu as relações e cativou brasileiros vindos de praticamente todos os estados. Por isso, não é difícil encontrar alguém que tenha chegado recentemente por aqui. É o caso da professora e arquiteta Vanessa Carvalho, coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Panamericana de Ji-Paraná – Unijipa, que desembarcou aqui no último dia 13, vinda de Porto Velho, onde residiu por 26 anos. Ela logo testemunhou esta generosidade do pessoal ji-paranaense porque, surpreendida pela falta de eletricidade no apartamento que alugara, foi imediatamente convidada a morar com uma professora até que o problema fosse resolvido, três dias depois. “Os alunos e os colegas professores também me orientaram bastante sobre como transitar pela cidade e onde encontrar boas refeições”, disse.

Muitos outros cidadãos também perceberam o caráter hospitaleiro e promissor, mudaram-se para a cidade e, com isso, fizeram saltar o número de bairros e loteamentos do município, que hoje já é de 64. Estes locais surgiram para atender a forte demanda de crescimento e já concentram populações muito expressivas. Exemplo disso são os residenciais Bosques dos Ipês I e II, instalados em 2014 e que abrigam quase 600 famílias; e Morar Melhor II e Capelasso, a serem inaugurados em breve, que vão receber mais 2.253 famílias. Outros bairros já estão marcando presença e alargando as fronteira da cidade, como o Parque Amazonas, o Colina Park e Residencial Açaí e Aurélio Bernardi, todos no Primeiro Distrito. No Segundo Distrito Ji-Paraná também seguem acolhendo novos moradores os  bairros de São Cristóvão I e II.

LAZER E NEGÓCIOS — As pessoas, entretanto, não vêm à Ji-Paraná apenas para residir e trabalhar. Elas também são atraídas pelos eventos de negócios e de turismo onde o calor humano e a hospitalidade também se manifestam. A exemplo de anos anteriores espera-se que somente a já tradicional ornamentação de Natal e a famosa Casa do Papai Noel sejam responsáveis pela vinda de milhares de rondonienses das 17 cidades que compõem a região central do estado. E este ano o movimento deve aumentar ainda mais porque a decoração conta com uma grandiosa novidade: um inédito Papai Noel feito, construído com cerca de 100 mil garrafas pet e 17 metros de altura, será exposto na frente do ginásio esportivo Gerivaldo José de Souza (Gerivaldão).

Levas expressivas de expositores e visitantes de estados vizinhos — e até de outros países da América do Sul — também foram recepcionados e sentiram a recepção calorosa de Ji-Paraná em eventos como a Expojipa, Rondônia Rural Show, a CalceNorte e o Circuito ExpoCorte, entre outros. Este último, por sinal, acontecerá nos próximos dias 25 e 26 e pelo terceiro ano consecutivo ocorre na cidade, depois de percorrer os principais polos de produção pecuaristas do País, com o objetivo de difundir tecnologia e fomentar discussões sobre a cadeia produtiva da carne.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por esta capacidade de acolhimento de Ji-Paraná, o que acaba por incentivar a economia – comércio, educação, serviços e rede hoteleira agradecem –, além de administrações municipais competentes nos últimos dez anos, a cidade ratifica sua posição neste 38º aniversário como a segunda maior cidade do estado. Grande parte deste ritmo também se deve aos investimentos que aportaram no município nos últimos oito anos, como resultado de uma conciliação política entre os representantes dos governos municipal, estadual e federal.

 

GRATIDÃO —  O prefeito Jesualdo Pires, que há 33 anos foi acolhido tendo vindo de São Paulo, concorda com esta característica calorosa da cidade, recebendo sempre bem as pessoas que vão chegando a todo momento. “Ji-Paraná foi e continua atraente, assim como todo o Estado de Rondônia. Acredito que ainda hoje a maior parte da população é formada por pessoas que vieram de fora e, por isso é forte a nossa vocação de receber bem a todos. Este é o nosso espírito e o nosso jeito. Todos sabemos que os que vieram para cá se dispuseram a trabalhar muito”, frisa.

 

O comerciante Otimar de Souza, proprietário da loja Evolução Modas, no Segundo Distrito, que chegou aqui aos 26 anos, vindo de Minas Gerais, viu seu negócio vicejar durante quase três décadas em que reside aqui. Hoje, aos 53, com seu sonho consolidado e empregando 17 funcionários, ele agradece à cidade que tantas oportunidades lhe proporcionou. “Fui muito bem recebido nesta cidade na época certa. Comecei trabalhando na Loja Três Irmãos e depois abri minha própria empresa que, a cada dia, está melhor, graças a Deus. Hoje abro espaço para mais pessoas e procuro ajudar a todos que me procuram. Que Ji-Paraná continue sendo assim, com muito calor, calor humano é claro”, pontuou.

 

O empresário Luiz Bernardo, que chegou aqui em 1983 vindo de Cianorte, no Paraná, e hoje está à frente da Alimentos Bernardo, uma das principais indústrias em seu ramo de Rondônia, disse que poderia ter ido a qualquer outra cidade de Mato Grosso para instalar sua empresa. “Mas foi Ji-Paraná que nos acolheu. E essa acolhida deu frutos de ambas as partes o que tem nos deixado muito felizes”, frisou. “Ji-Paraná é uma jovem menina em se tratando de cidade e esperamos que ela continue neste crescimento. Tomara que tenhamos mais quatro anos neste ritmo e que Ji-Paraná continue sendo este local aconchegante, amigo e recebendo pessoas de todas as partes do Brasil”, acrescentou.

 

José Evandro Moura Ferreira, mais conhecido como Dedé Moura, chegou em 1979 vindo da cidade de Acaraú, no Ceará e logo tornou-se sócio de um mercado. Ele lembra que as dificuldades iniciais pela falta de energia foram sempre compensadas pela índole trabalhadora do povo. Com passagens também pelas Secretarias Municipais de Educação, pela Câmara Municipal e hoje aposentado ele também é grato pela cidade onde ele passou mais da metade da vida. “Que os nossos administradores sejam corretos para com a cidade para que ela continue no caminho de tornar-se uma das maiores e mais importantes do Brasil nos próximos 38 anos”, desejou.

O professor de Ensino Fundamental, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Irineu Antonio Dresch, veio aos seis anos do Paraná juntamente com sete irmãos e sua vida aconteceu aqui, desde os tempos da Vila de Rondônia. O pai foi um agricultor premiado e produtor da chamada lavoura “branca” (milho, arroz e feijão) e também de café Catuaí e Conilon. Começou na educação lecionando no EJA, formou-se em Pedagogia para tornar-se professor das séries iniciais e ainda fez duas pós-graduações. “Ji-Paraná é minha cidade do coração. Tenho orgulho daqui e não me vejo morando em outro lugar. Esta cidade me acolheu e também ao meu pai e aos meus irmãos. Digo que Ji-Paraná cresceu e se espalhou como se fosse um pé de abóbora plantado com bastante adubo”, exemplificou.

 

Já o dr. Carlos Silva, respeitado ginecologista e oriundo de Paranavaí, no Paraná, que também erigiu sua carreira profissional em Ji-Paraná, só tem a parabenizar toda a população de Ji-Paraná neste 38 anos. “Deste período eu já estou aqui há 36 anos e pude participar e testemunhar este desenvolvimento. Por isso, gostaria muito de agradecer a acolhida que aqui recebi e espero que o município continue a se desenvolver e sua população mantenha seu espírito desbravador de antes e de agora também”, destacou.

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