Rondônia passada a limpo

Entendo que qualquer político em Rondônia que tecer alguma crítica ou peça afastamento ou tente colocar mais lenha na fogueira estará sendo oportunista quando, no fundo ri por dentro dos escândalos na administração alheia porque quer tirar alguma vantagem. Pessoas bem informadas sabem que não existe campanha sem financiamento de empresário que, por sua vez, tem algum interesse do bem-intencionado investimento que poderá virar obra mais tarde. É o sistema que leva a isso. Muito antes de Aluízio Ferreira essa prática se concretiza. É imoral, mas é o sistema. Esse dinheiro alimenta a indústria da eleição que envolve todos os setores, inclusive, da informação e contrainformação. A Petrobras, por exemplo, sempre teve em maior ou menor escala denúncias que apontavam desvios. De repente vi o Fernando Henrique se dizendo envergonhado do que estava acontecendo. Só falta ele dizer que, na era Sarney não teve esse tipo de coisa, ou na era Itamar, da qual ele foi ministro.

O problema estará sempre quando houver gente nos quadros do sistema que foram indicados por partidos e por empresários fornecedores, empreiteiras. Esses estarão quase sempre a serviço da compensação de investimento antecipado. Imaginem então como fica o chefe de Estado? – refém do próprio sistema que ele tem que combater. Não é tarefa fácil. Não mesmo.

Que bom seria que as pessoas que fossem para as ruas se manifestassem politicamente contra e ou a favor do Governo, tivessem em mente que governos sob pressão tendem a ser mais claros e focados no interesse da coletividade.
Se surgir um movimento em Rondônia igual ao que pede o impeachment, da Dilma, contra o governo atual é tão grotesco como os extremistas sem causa que pendem a volta da ditadura, aliás, nos dois casos a essência golpista é a mesma.
O sistema precisa ser passado a limpo, mas é com reforma política, financiamento público de campanha, transparência nas ações, caso contrário, estaremos patinando nas fezes, pois o saneamento eleitoral é algo que depende de um novo modelo, apesar dos personagens. O sistema é assim: Guerra, Política e religião têm teor de comércio e nós somos coadjuvantes desse embrião.(Roberto Gutierrez)

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