O jornalista Ruy Mesquita, diretor de O Estado de S. Paulo, morreu ontem às 20h40. Estava internado desde o dia 25 de abril para tratamento de um câncer de base de língua. Seguindo a tradição da família, Ruy Mesquita foi um defensor da liberdade, da democracia e da livre-iniciativa, princípios que sempre nortearam a linha editorial do Estado. Ao longo de seus 88 anos, teve participação ativa em momentos importantes da história do Brasil e da América Latina. Presenciou o início da revolução em Cuba, nos anos 50, e foi homenageado pelos irmãos Castro. Depois tornou-se crítico contumaz do regime. Reuniu-se com militares antes do golpe de 1964, que apoiou, em nome da defesa da democracia, mas, assim como seu pai e seu irmão, também passou a criticar a ditadura. Os três lideraram uma emblemática resistência à censura prévia, substituindo as reportagens cortadas por poemas e receitas. Responsável pela opinião do Estado desde a morte de seu irmão Julio de Mesquita Neto, em 1996, se reunia diariamente com os editorialistas. Deixa a mulher, Laura, os filhos Ruy, Fernão, Rodrigo e João, 12 netos e um bisneto.
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