Guerino Walter, um dos maiores estelionatários do Brasil, cai em Ouro Preto do Oeste

O idoso de 75 anos disse que “isso aí é um golpe que chamamos de viola: é um malandro pegando o outro. Ele disse também que é rico, tem uma fazenda de 1.000 hectares arrendada para plantio de soja e terras nos municípios de Barra do Garças e Nova Xavantina.

 

 Edmilson Rodrigues – O estelionatário Guerino Walter Minervino, de 75 anos, acusado em vários estados brasileiros de praticar golpes contra pessoas que têm cobiça por dinheiro fácil, foi preso na tarde desta sexta-feira na companhia de Charles de Souza Aragão, 34 anos, por agentes do Serviço Reservado (P2) da Polícia Militar de Ouro Preto do Oeste.

 Eles estavam num luxuoso veículo marca VW, modelo Jetta preto, placa AUA-6277, e foram abordados pelos agentes da P2 entre Jaru e Ouro Preto do Oeste por solicitação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em atendimento a queixa de Kesia Rosimar de Paula Rodrigues, que deu endereço de Ji-Paraná, no número 2944 da rua Castelo Branco.

 

Kesia denunciou que Guerino (a quem ela chamou de Augusto) e Charles estavam transportando uma grande quantidade de dinheiro falso e iria negociá-lo na região. Após serem presos, os estelionatários alegaram que iriam sim aplicar o golpe, mas ao prestarem depoimento reclamaram que deram pouco mais de R$ 11 mil de dinheiro verdadeiro a Kesia para convencê-la de que as moedas que diziam ser falsas poderiam ser passadas no comércio.

O delegado Roberto dos Santos da Silva, aplicou o flagrante na dupla, mas não encontrou meios de prendê-los imediatamente porque o delito é classificado de “crime impossível”, tendo em vista que o golpe não se consumou, e os estelionatários não utilizaram dinheiro falso.

 

Como havia mandado de prisão em aberto para Guerino da Comarca de Rolim de Moura, de fevereiro de 2012, ele foi recolhido, e no caso de Charles Aragão foi estipulado uma fiança que só poderá ser paga no fórum, ao juiz criminal Haruo Mizusaki. Caso contrário a dupla seria posta na rua novamente. Todo o material apreendido foi periciado.

A reportagem do Correio Central o idoso disse que “isso aí é um golpe que chamamos de viola: é um malandro pegando o outro. Ele disse também que é rico, tem uma fazenda de 1.000 hectares arrendada para plantio de soja e terras nos municípios de Barra do Garças e Nova Xavantina.

Guerino se orgulha de ter apenas o 4º ano primário, e disse descaradamente que sua adrenalina sobe, e tem prazer em enganar gente que acredita que vai ganhar dinheiro fácil.

 

O golpe

 

Guerino Walter costuma aplicar golpe prometendo multiplicar o dinheiro das pessoas por três, quatro ou cinco vezes, e monta um verdadeiro teatro. Se pedir R$ 500 mil, 300 mil ou valor inferior, ele enrola a vítima e troca as caixas de isopor, deixando-a com a caixa forrada de notas verdadeiras e cheia de papel por baixo.

 

Para convencer as vítimas, ele antes repassa uma quantia verdadeira, e mostra caixas aparentemente cheias de notas novinhas de R$ 100,00, mas que na verdade são apenas 8 notas que ficam por cima da caixa. Embaixo é tudo papel.

 

Para passar confiança à vítima, Guerino Walter costuma dizer que é funcionário aposentado da Casa da Moeda, sempre repassa dinheiro verdadeiro e manda a vítima ir ao banco testar se a agência aceita, o que logicamente é confirmado. Nesse momento a cobiça da vítima ascende, e ela fica cega até ser lesada. Às vezes, o estelionatário diz que o dinheiro é oriundo de político e precisa ser “lavado”.

 

A ficha extensa

 

Guerino Walter e Charles Aragão são de São Paulo-SP, e estavam no interior do estado de Rondônia tirando dinheiro de gente que gosta de obter vantagem, e acabavam sendo lesados.

 

Guerino responde a vários processos por estelionato praticados na Bahia, no Ceará, Maranhão, São Paulo, Pernambuco, e provavelmente já tenha estado em Rondônia em 2011, quando teria aplicado golpes que somaram R$ 1 milhão de reais.

 

Quando foi preso em 1999 pela Polícia Federal no aeroporto de Brasília-DF, usando o nome de José da Silva, Guerino Walter disse que vivia de golpes havia quase uma década.

 

Autor: Edmilson Rodrigues/www.correiocentral.com.br

 

    

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