Italac proibida de vender leite UHT em Rondônia

Italac

Foram feitas análises do leite e não estava de acordo com a Instrução normativa 62.

Roberto Gutierrez– Há pelo menos 20 dias a indústria de Italac de Jaru está proibida de comercializar o leite UHT longa vida. O regime especial foi determinado pela fiscalização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Desde as primeiras horas desta terça-feira técnico do Mapa estão na indústria da Italac em Jaru fazendo vistoria. A Italac de Jaru está apenas produzindo, mas está proibida de vender o produto. O que ainda é encontrado nos mercados e supermercados é produto de estoque.

Foram feitas análises do leite e não estava de acordo com a Instrução normativa 62. O fato vem ocorrendo há pelo menos 20 dias e só agora acabou vazando. Por telefone o repórter Roberto Gutierrez conversou com um dos técnicos do Mapa. Ele confirmou que estava em Jaru, não deu certeza de que o laticínio seria liberado do regime especial. Disse que ainda era cedo para dizer algo. Não quis entrar em detalhes quanto ao resultados dos exames. Uma fonte do Mapa em Rondônia disse que ainda nesta semana a instituição vai se pronunciar sobre o assunto. Nem mesmo o Ministério Público de Rondônia estava sabendo dessa operação.

A Italac está presente em Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul e em Rondônia.

 

Donos de Laticínios presos no Rio Grande do Sul

Enquanto isso, no Rio Grande do Sul, Cerca de um milhão de litros de leite adulterado ou fora dos padrões sanitários foram comercializados pelas empresas de laticínios Pavlat e Hollmann desde o início das investigações da quinta fase da Operação Leite Compen$ado, que foi deflagrada no último dia 8 pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, com o apoio do Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento (Mapa) e da Receita estadual. A estimativa é dos promotores de Justiça responsáveis por coordenar a operação.

O MP gaúcho cumpriu três mandados de prisão e 15 de busca e apreensão em dez municípios gaúchos. Os presos são os donos das indústrias Pavlat, Ércio Vanor Klein, e Hollmann, Sérgio Seewald, e o responsável pela política leiteira da Hollmann, Jonatas William Krombauer.

Em entrevista à Agência Brasil, o promotor da Vara Especializada de Defesa do Consumidor, Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, não detalhou quais acusações pesam sobre cada uma das empresas, mas garantiu que o Ministério Público estadual dispõe de gravações de conversas telefônicas que comprovam não apenas que os responsáveis pela Pavlat e pela Hollmann sabiam que produtos colocados à venda estavam fora dos padrões sanitários, apresentando uma série de problemas decorrentes do manuseio inadequado e das más condições de transporte e fabricação, mas também que os funcionários das duas empresas eram orientados a adulterar o leite adquirido de produtores rurais gaúchos.

 

“As interceptações telefônicas revelam funcionários como um laboratorista que acusou os parâmetros insatisfatórios do leite sendo orientados a adicionar produtos para dissimular a acidez do leite ou a adulterar documentos”, comentou o promotor, revelando que o Ministério Público vai denunciar os donos das duas empresas e o responsável pela política leiteira da Hollmann com base no Artigo 272 do Código Penal, que prevê uma pena de quatro a oito anos para quem corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício destinado a consumo, tornando-o nocivo à saúde. De acordo com o promotor Alcindo Filho, a ação penal deve ser apresentada até o fim da próxima semana.

As amostras do produto inspecionado apontam a presença de água e de leite azedo. Além disso, chamou a atenção do Ministério Público o volume de soda cáustica, água oxigenada, bicabornato de sódio e citrado adquirido pelas empresas. O promotor destacou que a ação criminosa prejudica toda a cadeia produtora de leite do estado.

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