Tenho o dever de registrar o “passamento” de um amigo e companheiro de muitas lutas por Rondônia e pelo seu povo. Refiro-me ao doutor Claudionor Couto Roriz, que veio a falecer em Fortaleza após uma luta ferrenha contra enfermidades que o acometeram. Médico e político, foi um dos pioneiros de Rondônia; bom profissional exerceu a medicina verdadeira: aquela que visa a recuperação das pessoas e não ao lucro, tanto, que morreu pobre e com dificuldades financeiras. Como político era articulador e carismático e recebeu do ex-governador Jorge Teixeira de Oliveira, o Teixeirão, a incumbência de organizar o PDS Rondônia, partido que sucedeu a Arena; foi eleito Senador da República junto com Odacir Soares e Galvão Modesto (este último in memória). Licenciou-se para ser Secretário Estadual de Saúde do Governo Jerônimo Santana, cargo que voltou a ocupar no Governo de José de Abreu Bianco. Trabalhador incansável e “com cheiro de povo”, não média sacrifícios para ajudar ao próximo; Este grande homem deixa uma lacuna vazia no contexto político de Rondônia, pois, era referência para muitos liderados. Sua trajetória justifica a sua inclusão entre os “notáveis” de nosso Estado. Claudionor era cumpridor de missões e uma das principais recebeu do Teixeirão: a de coordenar a saúde pública na região de Ji-Paraná, na época que eu (Assis Canuto) era Prefeito daquela cidade. Sua habilidade era tanta que transformou uma construção destinada a um presídio em um hospital regional. O desafio era transformar as celas de presidiários em leitos para pessoas doentes! Quando chegou à Vila de Rondônia, no início da década de 1970, estabeleceu-se como médico, tendo sido ao lado do doutor Demétrio Bidá, um dos primeiros de toda a BR-364 e, em companhia deste, implantou o primeiro hospital do Projeto Ouro Preto; hoje município de Ouro Preto do Oeste, em área cedida pelo Incra! Era o Hospital Santa Helena. Esse modesto registro não traduz na sua plenitude à importância do doutor Claudionor, mas, não poderia deixar de ser feito, até por uma questão de justiça, pois é muito comum em áreas pioneiras e, em decorrência da grande mobilidade social, as pessoas serem esquecidas e seus feitos também! Daí ser sempre necessário que testemunhas do passado manifestem os seus pontos de vista para que os mais recentes tomem conhecimento do trabalho dos primeiros, que se transformaram em pioneiros, mas nem sempre são lembrados e também nem sempre recebem as homenagens e o reconhecimento merecidos! Descanse em paz meu amigo, que Deus possa acolhê-lo em Seus braços e estenda a sua benção a seus familiares e a seus amigos; a sua dedicação e seu sacrifício não foram em vão, você foi participante de primeira linha da construção deste grande Estado, que é Rondônia, que tanta riqueza gerou e que a tantos beneficiou! Seu nome e a sua história permanecerão no Panteão erigido aos idealistas e aos abridores de caminhos para as sucessivas gerações!
Assis Canuto
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