Cascavel – “Está na hora de a classe política diminuir um pouco o tom e começar a pensar no povo brasileiro. Precisamos reduzir as nossas diferenças e pensar na população”, advertiu Acir Gurgacz (PDT) durante visita, ontem, à redação de O Paraná. De volta a Cascavel, sua cidade natal, para rever familiares, o senador por Rondônia previu que o País será outro quando superar a atual crise política.
“O Brasil sairá da crise muito mais fortalecido econômica, política e democraticamente”, sentenciou, assinalando que a crise política tem origem na Lava Jato.
“Algumas pessoas que estão sendo investigadas tentam trocar a presidente da República com a intenção de mudar os rumos desta e de outras operações de combate à corrupção que estão sendo desenvolvidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal”, acrescenta.
Para Acir, este momento forçará a mudança para melhor da prática política atual.
“Temos que separar o joio do trigo. É ruim o que está acontecendo, mas precisávamos passar por esse momento e a história vai provar isso. A Polícia Federal, a Procuradoria Geral da República e o Poder Judiciário estão tendo liberdade para trabalhar com total lisura e transparência, coisa que num passado recente era impossível de acontecer”, atesta.
Impeachment
Sobre a tentativa da oposição de afastar Dilma Rousseff (PT) do cargo, Acir Gurgacz entende que não há motivo para tanto.
“Se aparecer alguma ilegalidade da presidente, serei o primeiro a apoiar o impeachment, mas não podemos tirar alguém simplesmente porque não goza de um nível adequado de popularidade”, defendeu.
“Todo está mundo preocupado com a eleição de 2018, mas ainda estamos em 2015. Precisamos tratar a crise atual com a importância que ela tem”.
Para ele, no entanto, “o governo também tem que fazer o dever de cada, diminuir o tom da briga e começar a pensar em projetos e num combate efetivo para diminuir a corrupção”.
Contas de 2014
Relator das contas de 2014 do Governo Dilma, Acir Gurgacz contrariou parecer do TCU (Tribunal de Contas da União) e recomendou a aprovação, fato que não acontecia desde 1936, na época do então presidente Getúlio Vargas.
“Fiz um relatório altamente técnico e independente, sem entrar na briga entre situação e oposição. Não fizemos nenhuma reunião com governo e ou a oposição para isso. Confiei nos técnicos do Congresso Nacional, que ficaram dois meses e meio debruçados nesse trabalho, e em pareceres de juristas importantes”, explicou, ressaltando que a reprovação das contas engessaria ainda mais o poder público e agravaria ainda mais a crise do País.
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