Audiência discutirá retorno de cirurgias ortopédicas a Ji-Paraná

O pedido da Audiência Pública é do vereador Edivaldo Gomes (PSB)
O pedido da Audiência Pública é do vereador Edivaldo Gomes (PSB)

O retorno das cirurgias ortopédicas ao Hospital Municipal de Ji-Paraná e as condições para que os procedimentos possam ser realizados em pacientes da unidade de saúde deverá ser discutido em audiência pública (AP) na próxima segunda-feira (6), às 9 horas, no plenário da Câmara Municipal de Ji-Paraná (CMJP).

O pedido de AP é do vereador Edivaldo Gomes (PSB) que espera reunir lideranças religiosas, comunitárias, empresariais e políticas para debater o assunto. O vereador aguarda que os governos estadual, federal e prefeitura cheguem a um acordo para evitar que pacientes tenham que aguardam em fila de espera para realizar os atos cirúrgicos em hospitais públicos nas cidades de Porto Velho e Cacoal.

O vaqueiro Natalício Addon Filho, de 30 anos, morador do bairro União, teve uma fratura na perna durante o trabalho e está há 70 dias esperando por uma cirurgia corretiva. Como não tinha registro profissional, ele, a esposa e filhos estão se mantendo com doações de amigos e parentes.

Edivaldo Gomes alega que, desde 2013, ano em que o governo de Rondônia transferiu os cirurgiões ortopédicos lotados no Hospital Municipal de Ji-Paraná para a unidade regional de Cacoal, aumentou o “sofrimento” de pessoas que necessitam passar por cirurgias nessa especialidade médica. “Antes o HM, realiza até 300 cirurgias por ano”, assegurou.

“Precisamos ouvir a população e apresentar condições financeiras e técnicas para que as cirurgias voltem a ser realizadas em Ji-Paraná para impedir que ela passe por mais sofrimento e humilhação. Estamos diante de uma situação em que não se pode mais esperar”, avaliou Gomes.

O aposentado Pedro Batista, de 86 anos, morador do bairro Nova Brasília, aguarda há 120 dias por uma cirurgia na clavícula. A fatura ocorreu depois de uma queda dentro de casa. Em contato com o Hospital Regional de Cacoal, familiares receberam a informação “que ainda não existe ‘previsão’ para o procedimento cirúrgico”.

De acordo com o vereador, os custos com os pacientes (internados) que aguardam para realizar as cirurgias ortopédicas em Cacoal e Porto Velho superam os gastos com os procedimentos cirúrgicos na unidade hospitalar do município. Segundo ele, levantamentos preliminares demonstram que as internações consumem mais dinheiro público que as intervenções cirúrgicas.

 

Depois de um acidente de trânsito, Genilson Ribeiro Fernandes, do bairro Dom Bosco, está contando os dias para realizar uma cirurgia na perna. A espera dura 80 dias e, segundo ele, é humilhante permanecer nessa condição. O hospital de Cacoal ainda não marcou data para cirurgia dele. A fila de espera chega a até 300 nomes de pacientes de vários municípios rondonienses.

 

“As pessoas têm que aguardar por meses até que possam ser submetidas a uma cirurgia ortopédica. Esse tempo de espera é humilhante para os pacientes que não possui condição financeira para pagar um hospital particular. Se podemos resolver o problema, vamos reunir condições para isso e apresentá-las à população”, argumentou Edivaldo Gomes.

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