Rodrigo Maia (DEM-RJ) venceu na madrugada desta quinta-feira (14) a eleição para a presidência da Câmara e vai ocupar o cargo até 1º de fevereiro de 2017. O deputado teve 285 votos contra 170 de Rogério Rosso (PSD-DF), com quem disputou o segundo turno.
A eleição faz a Casa superar um período de incerteza marcada pela interinidade de Waldir Maranhão, que assumiu a presidência da Câmara no dia 5 de maio, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu por unanimidade afastar o ex-presidente Eduardo Cunha (PMBD-RJ).
O processo eleitoral já vinha sendo discutido desde então, mas foi deflagrado na última quinta (7), quando Cunha cedeu à pressão de aliados e renunciou à presidência.
A vitória expressiva de Maia representa uma grande derrota para Cunha que tinha preferência por Rosso, seu fiel aliado. Para o peemedebista, convinha ter um nome próximo na sessão em que será votada sua cassação, que deve ocorrer em agosto.
Desde o início, Rosso era dado como favorito, mas no primeiro turno da eleição, que teve 14 candidatos, Maia já saiu na frente – teve 120 votos, enquanto o deputado do Distrito Federal conquistou apoio de 106 parlamentares.
Embora desde que confirmou sua candidatura já se desenhasse um apoio da antiga oposição a ele, somente esta tarde o PSDB, PPS e PSB anunciaram formalmente estar com o deputado. Juntando o DEM, o bloco agrega 117 parlamentares.
Maia chegou a ter promessas de apoio no PT. O partido contudo acabou rachado no primeiro turno com as candidaturas de Orlando Silva (PCdoB-SP) e Luiz Erundina (Psol-SP). A bancada foi liberada no segundo turno e alguns votos acabaram com o deputado do DEM.
Logo após o resultado do primeiro turno, correu para a liderança do DEM, onde começou as articulações para o segundo turno.
Um dos apoiadores, Eduardo da Fonte (PP-PE), cujo partido fechou com Rogério Rosso, fez campanha para o deputado desde o início, junto com o então presidente interino, Waldir Maranhão (PP-MA). Dudu, como é chamado, logo entrou e chamou os presentes para buscar votos na “rua”, pelos corredores da Câmara.
Silvio Costa (PtdoB-PE), fiel aliado de Dilma Rousseff, passava pelo salão verde pedindo votos para o deputado do Democratas, numa tentativa, segundo ele, de evitar que um aliado de Eduardo Cunha se elegesse para presidir a Casa.
Antes do início da sessão que o elegeu, Maia esteve na liderança do PMDB. Discursou para os deputados na tentativa de convencê-los. Disse que o centrão, bloco formado por partidos de pequeno e médio porte, ofereceram apoio a ele em troca da unidade na eleição de 2017, mas recusou. Tergiversou quando cobrado a se posicionar a respeito do pleito para o próximo biênio.
No discurso que fez no primeiro turno, Maia disse estar pronto para liderar a Casa num momento de crise. “Estive no centro de todos os acordos parlamentares que tentaram evitar que o Brasil naufragasse”.
No segundo discurso, antes do resultado final, voltou a prometer uma Câmara “soberana”. “Uma câmara dos Deputados forte, que nos orgulhemos dos atos”. Destacou mais uma vez sua experiência com cinco mandatos. “Um presidente não defende seus pontos de vista, coordena os trabalhos da Casa e ideias que nascem de cada um de nós”.
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