Com a exigência do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), para que todos os ônibus que realizam o transporte escolar tenham instalados aparelhos de tacógrafos (cronotacógrafos), aferidos pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), muitas prefeituras em Rondônia estão enfrentando dificuldades.
É que, segundo o relato de prefeitos, existem apenas três empresas no Estado credenciadas para realizar as vistorias e aferição nos aparelhos, sendo uma em Porto Velho e as demais em Vilhena e Ji-Paraná, fato que acaba gerando muita demora e prejudicando os serviços de transporte escolar.
O presidente da Assembleia Legislativa, Maurão de Carvalho (PMDB), recebeu diversas queixas de prefeitos nos últimos dias. Em muitos municípios, alunos estão sem aulas por falta de ônibus, que estão sem os tacógrafos aferidos e impedidos de circular.
“É um prejuízo enorme para os alunos, muitos estão duas ou mais semanas sem aula, em razão da falta de aferição no equipamento. De acordo com prefeitos, a demora do agendamento até a execução da aferição pode levar dias e a fila é enorme em todo o Estado”, afirmou Maurão.
O presidente da Associação Rondoniense dos Municípios (Arom), Jurandir Oliveira, informou que são em torno de 600 ônibus que fazem o transporte escolar no Estado. “Com poucas empresas habilitadas para a aferição e com o serviço sendo demorado para ser feito, há uma fila de espera longa, que traz prejuízos aos alunos e muitas cobranças às prefeituras. É preciso mais celeridade nesse processo”, explicou.
O prefeito de São Miguel do Guaporé, Cornélio Duarte (DEM), estava acompanhando Jurandir e reforçou que a demora é grande, mas tem ainda os custos dos equipamentos. “Um tacógrafo custa em média R$ 5 mil para ser instalado. Como a maioria dos ônibus circulam em estradas de terra, em seis a sete meses, os equipamentos ficam imprestáveis, com o acúmulo de poeira, e precisam ser trocados”, informou.
Professor Valter (PMDB), prefeito de Alvorada do Oeste, observa que, por circular em estradas de terra, a velocidade dos veículos é baixa. “Entendo que é uma lei e precisamos cumpri-la. Porém, se há essa demora na aferição, não poderia liberar os ônibus para circular, após ser agendada a aferição? Isso evitaria que os alunos perdessem as aulas”, argumentou.
“Em Rio Crespo, por exemplo, a prefeitura esperou 58 dias para fazer o serviço de aferição. Situação semelhante, segundo relatos dos prefeitos, ocorre em Buritis, Ministro Andreazza e outras cidades”, completou Maurão. Além do custo de implantação, as prefeituras que possuem ônibus escolares precisam pagar a vistoria e outras taxas.
Tacógrafo
O tacógrafo, ou cronotacógrafo, é um dispositivo empregado em veículos para monitorar o tempo de uso, à distância percorrida e a velocidade que desenvolveu ao longo do percurso.
ALE/RO – DECOM – Eranildo Costa Luna
Foto: Marisvaldo José
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