Maurão não decola? Confúcio acuado? Nada está definido – coluna do Gutierrez

A dobradinha do MDB trazendo Confúcio Moura e Valdir Raupp para o Senado abre muitas variantes. Mas por que isso aconteceu?

Uma corrente dentro do partido entende que se Confúcio abandonasse o MDB  provocaria um racha cujo prejuízo seria muito grande: ambos, em tese, sabedores do ponto fraco um do outro, seriam destroçados na rua em uma briga de paus e pedras. Seria uma espécie de revelações íntimas em briga de ex-casal no programa do Ratinho.

Aparente tranquilidade

A decisão de continuar no MDB junto com Raupp resolveu três problemas para Confúcio: evitar a implosão do partido, não será chamado de ingrato (ou sofrer outras consequências ainda não explicadas) e realizar um sonho desde quando era deputado federal por três vezes: se tornar senador da República pelo ‘PMDB’.

Voto casado

Como essa fórmula poderá representar voto casado dentro dos limites aceitáveis para Confúcio e Raupp, não é possível prever, mesmo porque, ambos são candidatos de primeiro voto.

Marinha disputará reeleição

Já tem gente achando que na última hora Raupp sairia a deputado federal e Marinha Raupp ira para casa ou até sair candidata a deputada estadual. Se alguém ousar falar isso para a Marinha, poderia ser interpretada por ela como proposta indecente, haja vista que o trabalho da deputada durante seis mandatos na Câmara Federal a credenciam como bem-sucedida parlamentar.

Elemento surpresa 

Eleição para o Senado com duas vagas corre-se o risco de um terceiro nome acabar sendo a segunda opção de voto diante dos candidatos mais conhecidos. Expedito Júnior (PSBD), Valdir Raupp (MDB), Confúcio Moura (MDB), Ivo Cassol (PP), Acir Gurgacz (PDT), são políticos de expressão estadual, pois, foram candidatos a governador e a maioria governador eleito. Sendo assim, são considerados políticos de primeiro voto de opção porque são lembrados primeiro diante de outros candidatos desconhecidos do grande eleitorado nos quatro cantos de Rondônia. Fátima Cleide foi eleita senadora assim, como segunda opção do eleitor fora ao voto do universo petista.

Jesualdo em alta

O prefeito Jesualdo Pires (PSB), apesar de ser um político muito conhecido, pelo seu histórico como prefeito de Ji-Paraná com avaliação, bem acima da média, tem qualidades para se tornar a ‘Fátima Cleide’ da vez, ou seja, o segundo voto.  A dúvida é: ele realmente renunciaria a prefeitura de Ji-Paraná?

 

Zebra, mas, nem tanto

Aluísio Vidal, de Porto Velho (PSL) é forte candidato ao Senado em Porto Velho porque tem o perfil de candidato de segundo voto. O problema dele é conseguir ultrapassar a ponte do rio Candeias do Jamari, ou seja,  a barreira eleitoral para ganhar o interior de Rondônia – aliás, pra ele não existe ponte, nesse caso, é balsa ainda, mas, nada é impossível – vai ter que nadar muito. 

Sinuca de bico

Confúcio Moura terá que renunciar e o PSB, de Daniel Pereira, o vice-quase-governador, assumirá. Aliado do senador do PDT, leia-se Acir Gurgacz, afinal, o PDT abriu mão de indicar Airton Gurgacz para vice-governador à reeleição e indicou Daniel à vaga, existe aí, no mínimo, um pacto de bom senso. 

Percebam a situação: o MDB tem Maurão de Carvalho pré-candidato a governo; o senador Acir Gurgacz será candidato a governo e o próprio governador Confúcio Moura tem simpatia pela Candidatura de Acir Gurgacz.

Neutralidade

O caminho a ser tomado por Daniel Pereira seria a neutralidade? Num quadro assim, poderíamos dizer que seria a opção mais prudente. Aliás, Daniel nunca esteve tão preparado para assumir o Governo de Rondônia. Sem dúvidas, estaria à altura de manter a sustentabilidade administrativa e econômica do Estado. Baste ver seus posicionamentos e foco quando questionado sobre o tema.

Refém?

Meu amigo Robson Oliveira que é unha e carne com Expedito Júnior, acha que o vice-governador renunciaria o cargo para ser conselheiro do Tribunal de Contas, o Maurão de Carvalho assumiria como governador de Rondônia. Ele só não disse que, se isso pudesse acontecer, Acir Gurgacz poderia ser o candidato desse grupo ao Governo.

Tomografia

Pesquisas que não podem ser divulgadas, pois  são números usados apenas para desenvolver a estratégia dos candidatos pretendentes, revelam o senador Ivo Cassol na frente pela disputa do Governo de Rondônia. numa escala de 1 a 100, ele estaria com 20. O senador Acir viria atrás com um ou dois pontos acima da metade. O terceiro seria Maurão caminhado de 4. O resto tudo abaixo de Dois. 

Não decolou

Percebe-se aí que o grupo do deputado Maurão de Carvalho, com todo o barulho que está fazendo nos quatro cantos de Rondônia decolou apenas no otimismo e na imaginação almejada pelos apoiadores e estrategistas. Eles devem trabalhar com a possibilidade de que  decisão tomada esta semana pelo governador Confúcio Moura possa resultar numa melhora.

Não é tão fácil assim

Independente do Cassol ser ou não candidato ao governo, porque está inelegível, o desempenho do Maurão de Carvalho teria contribuído para a decisão do Confúcio? Muita gente poderia achar que lá na frente poderia ser dito: desta vez não deu, volta pra ser deputado e nós vamos formar um grupo com o PDT igual ao que aconteceu há quatro anos para  a reeleição de Confúcio provocando uma derrota humilhante ao Ivo Cassol que, só não perdeu com o papagaio ou o totó candiados porque não havia mais vaga na disputa.

Incógnita

O que poderia manter Maurão candidato, seria mesmo o poder que teria para segurar uma CPI que poderia investigar o realinhamento contratual de R$ 30 milhões para ponte sobre o rio Machado no Anel Viário de Ji-Paraná construída no governo Cassol? Isso certamente pode não dar em nada, mas para judiar da imagem, é uma artimanha perfeita, ainda mais em um CPI!

Isolado só observando

Expedito Júnior (PSDB) está, até agora, isolado, pois o partido dele não tem um pré-candidato a governador. Se unir ao Cassol, ele sabe que é um risco a ser pago, pois há uma lenda no meio político de que, acordo com o Cassol é aos moldes Caracu. Expedito já tomou dessa bebida a ponto de ter efeito colateral com roupa sendo lada em praça pública.

Mágica

Fabricar um nome do nada para governador, poderia até ser possível mas, teria que combinar com o eleitorado que anda cabreiro com alguns exemplos. Fala-se no ex-promotor de Justiça Héverton Alves de Aguiar, aquele da Operação Dominó. Dizem que o candidato que ele apoiava para procurador-geral foi derrotado no meio. Isso pode não dizer nada, mas revela que ele não é unanimidade no meio ao qual ele saiu.  Mas isso de nada tem a ver com a análise que eu ouso fazer.

Príncipe que virou sapo

A questão é que o prefeito de Porto Velho, o também ex-promotor de Justiça Hildon Chaves, saiu do nada do ponto de vista do gráfico de intenção de votos, sequer dava traço na pesquisa, para ser eleito prefeito da Capital. Junto com essa estupenda conquista, o grau de esperança nele por parte da população foi ainda maior. Algo muito parecido com o que aconteceu com o prefeito de São Paulo João Dória. Ricos e com pose de não-políticos ambos estão hoje sofrendo com a perda da magia. O grau de realidade somada a desconstrução e falta de estratégia eficiente, pode fazer com que o povo não acredite mais nesse perfil de candidato. Aliás, Héverton Aguiar se enquadra nesse imaginário eleitoral por ser bem-sucedido, não-político, apesar de oriundo de um um seguimento respeitável – o MP.

A-porca-lipse  

Vale observar que toda essa análise é uma fotografia baseada em históricos e o momento, mas, que não leva em conta a possibilidade de a Operação Lava Jato chegar a Rondônia. Se isso acontecer, pode mudar muita coisa em todos os níveis.

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