O joalheiro Lucival Lopes, de 49 anos, saiu aliviado da Carreta do Projeto Roda Hans, que estacionada no Ginásio Gerivaldão em Ji-Paraná. Durante a avaliação clínica, ficou sabendo que as manchas que têm nos braços e rosto não são hanseníase, apenas fungos na pele.
Três casos de Hanseníase já foram confirmados, somente nesta terça-feira (31), primeiro dia de mutirão de exames e orientações para prevenção e diagnóstico da doença. As avaliações estão sendo feitas até nesta quinta-feira (2).
A carreta que veio à Ji-Paraná, por meio de uma parceria entre o Ministério da Saúde, Governo do Estado e Prefeitura de Ji-Paraná, oferece cinco consultórios equipados e laboratório. A Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, está oferecendo atendimento gratuito com mais de trinta profissionais como médico especialista em hanseníase, clínico geral, dermatologista, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde.
A ação faz parte de uma campanha do Governo Federal que está acontecendo em várias cidades do Brasil, principalmente na Região Norte do País, para identificação de casos de hanseníase. Em Rondônia deverá atender 18 municípios até o fim do mês de agosto.
Para o secretário municipal de saúde, Renato Fuverki, Ji-Paraná já oferece, por meio do Centro Especializado em Patologias Tropicais Padre Adolfo Rohl, o diagnóstico, tratamento e medicamento aos pacientes. Por isso, a Carreta do Projeto Roda Hans é primordial para que todo esse trabalho seja divulgado.
“Quanto mais divulgação melhor. A informação faz toda a diferença, principalmente na vida de quem tem suspeita de hanseníase. Pedimos que as pessoas procurem a Carreta aqui no Gerivaldão para fazer os exames. E mesmo quando o veículo for embora, vá até a Unidade Adolfo Rohl onde oferecemos o mesmo atendimento”, ressaltou o secretário.
Segundo o assessor de comunicação da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), Anísio Gorayeb, Ji-Paraná é referência na Região Central do estado no tratamento de hanseníase. “Trazer a carreta aqui é colaborar na divulgação para que possamos combater a doença que coloca o Brasil como o segundo país com mais casos de hanseníase. É um verdadeiro problema de saúde pública. Muita gente se esconde por trás da doença e transmite para outras pessoas. A transmissão já é interrompida quando o paciente toma a primeira dose da medicação”, explicou Gorayeb.
A médica especialista em hanseníase e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Maria Kátia Gomes, está acompanhando a carreta em Rondônia para oferecer treinamento aos profissionais de saúde dos municípios. Ela conta que foram diagnosticados 513 casos de hanseníase em Rondônia somente no ano passado. Com o trabalho de divulgação da carreta, muitos casos serão identificados em 2018.
“Esse número pode ser muito maior, pois muita gente tem preconceito em procurar ajuda médica. Quem tem alguma mancha esbranquiçada, avermelhada ou amarronzada, em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração da sensibilidade devem procurar a Unidade de Saúde. O tratamento e medicamento são gratuitos e o tratamento dura de seis meses a um ano, conforme a necessidade. Estamos falando de uma doença, que se não for tratada, pode trazer sérios problemas que impedem a pessoa de ter uma vida normal”, finalizou a hansenóloga.
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