Entenda porque as primeiras pesquisa$ $ão manipulada$ – Coluna do Gutierrez

Diz a lenda urbana que institutos de pesquisa costumam vender, para quem se habilite a pagar, o direito de aparecer melhor numa pesquisa eleitoral. Seria algo inocente, aos olhos dos estrategistas – uma manipulaçãozinha que não faria mau a ninguém. Isso porque ocorre sempre nas primeiras pesquisas. Depois disso, os institutos abrem mão dessa possibilidade de manipulação, para não dar muito na cara. 

Na verdade, primeiras pesquisas são como uma publicidade que tem como objetivo tornar publico aqueles que são candidatos. 

De repente alguém resolve ser candidato. Como a população vai saber se determinada pessoa é candidato se não teve sequer início do horário eleitoral?  

Quando um candidato aparece numa pesquisa, as pessoas que a conhecem ficam sabendo que ele é candidato ou pré-candidato, e as que não o conhecem ficam sabendo que essa pessoa existe.
A partir daí vão surgir questionamentos e indagações de que esse candidato seria gente fina, ou que não presta, ou que não fede e nem cheira; gente dizendo que não vota nele, outros dizendo que votam.  

Veja que interessante: numa segunda ou terceira pesquisa, será possível saber o grau de rejeição desse candidato, se ele é bem visto pelos eleitores e só assim ele poderá pontuar de verdade. 

Isso também não impede que o referido candidato seja ‘ajudado’ pelo instituto de pesquisa a ficar um pouco mais em cima na lista dos preferidos. 

Quando se trata de nomes conhecidos, a estratégia não é diferente, com a diferença de que se trata de figuras conhecidas no cenário político regional. 

Portanto, não aconselho ninguém a acreditar nas primeiras pesquisas eleitorais, pois, elas são apenas instrumentos de estratégia publicitária. O lado sério mesmo de uma pesquisa é aquele que não é feito para divulgar, apenas como orientação para o candidato saber onde ele precisa melhorar e o que dizer para determinado público. 

Mesmo assim, a maioria dos institutos que costuma prezar pela credibilidade, dificilmente permite manipular números numa reta final de campanha. Aliás, a Justiça Eleitoral e o Ministério Público Eleitoral são atentos a isso. 

No caso de Rondônia, as pesquisas sempre vão deixar a desejar se o instituto não levar em conta que a Rondônia de Porto Velho, Candeias e Guajará-Mirim, tem um eleitorado de perfil diferente aos das populações do Cone Sul, Zona da Mata, Região central de Rondônia e parte do Vale do Jamari. O inconsciente popular da grande Porto Velho, centenária, é diferente em vários aspectos do resto de Rondônia, inclusive, cultural.  

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