Parlamentares veteranos, detentores de forte liderança em seus partidos, senadores derrotados quebraram hoje (8) o silêncio e comentaram o mau desempenho nas urnas.
Após seis mandatos consecutivos, o senador Romero Jucá (MDB-RR) foi um dos derrotados.
A disputa com Mecias de Jesus (PRB) foi acirrada e decidida voto a voto. “Por 434 votos, infelizmente não entramos no Senado. Muitos ataques, muitas agressões e muitas mentiras fizeram com que eu tivesse essa condição de perder votos”, afirmou, em vídeo gravado em Boa Vista e postado em sua conta no Facebook. Jucá disse que é hora de “levantar a cabeça” e que “a vida continua”. Ele lembrou que, até fevereiro, quando assumem os novos eleitos para o Congress, continuará no Senado, “trabalhando por Roraima”. O senador desejou aos deputados federais e a seus adversários eleitos no Senado que continuem trabalhando pelo estado e resolvendo os problemas da população.
O senador Valdir Raupp (MDB) de Rondônia, 62 anos de idade, 16 anos de senado, e a mulher dele, a deputada federal Marinha Raupp, quatro anos mais nova, também do MDB, com 24 anos na Câmara Federal, estiveram aquém das expectativas nessa disputa. Marinha, que já obteve há oito anos 104 mil votos, que há quatro anos conseguiu 61 mil votos, nesta eleição acabou perdendo com 18 mi votos. Já o senador Valdir Raupp ficou em sexto lugar na disputa com 80 mil votos. Nas redes sociais Valdir disse que: “Meus amigos e minhas amigas, o que nos cabe neste momento é mais uma vez agradecer a Deus pelo cuidado com nossas vidas, agradecer a cada amigo e amiga que se envolveu com a nossa campanha, agradecer pela amizade e solidariedade. Este carinho ficará marcado em nossas corações para sempre. Neste momento nos dedicaremos a concluir todos os nossos projetos e ações que estão em andamento no Senado Federal! Na condição de pioneiros, continuaremos dando a nossa contribuição pela construção de uma Rondônia próspera e acolhedora”.
Derrotado nas urnas no Ceará, o presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB-CE), 66 anos, que tentava a reeleição, afirmou em nota que os cearenses “demonstraram seus anseios de mudança”. O senador, que deixa o Congresso após mais de duas décadas, disse que recebeu com “reverência e respeito” a determinação das urnas. “ Agradeço com muita honra e humildade aos 1. 313 .793 cearenses que seguiram confiando em mim. Recolho-me à vida pessoal. Desejo boa sorte e energia para os que foram eleitos.”
Outro senador do MDB com tradição no Congresso, Roberto Requião (PR), comentou o fracasso nas urnas. Ele admitiu a derrota pelo Twitter, admitiu a derrota, ainda com base em pesquisas de boca de urna, logo após o final da votação. “Boca de urna do Senado, no Paraná, me tira da disputa para o Senado. Efeito Bolsonaro e duro ataque de infâmias e calúnias nas redes nos últimos dias? Minha posição nacionalista não muda um milímetro , mas respeito a decisão do voto”, disse. Depois, com o resultado já confirmado, acrescentou: “Não sou nem serei avaro. Nem me perguntem se padeço. Se caráter custa caro, pago o preço”, afirmou Requião, um dos dissidentes da sigla, próximo ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Engrossando a lista dos sem mandato a partir de 2019, o petista Lindbergh Farias (RJ) também se manifestou. “Agradeço os 1.419.676 votos recebidos ontem. Fizemos uma campanha aguerrida, dialogando com o povo e defendendo os direitos do trabalhador. Agora, a tarefa é eleger Haddad presidente no segundo turno, derrotando aquele que se diz anti-sistema, mas votou tudo com Temer. À luta!”, escreveu, no Twitter.
O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) desejou sucesso aos candidatos que o superaram na disputa. “Parabéns Leila [ do volêi] e Izalci. O DF e o Brasil esperam muito de vocês.”
Faça um comentário