O envolvimento de agentes comunitários de saúde no fluxo de atendimento ao paciente pode reduzir o tempo para o diagnóstico de câncer e aumentar a sua chance de cura. A avaliação é da oncologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC), Nise Yamaguchi, que defende a fila zero no atendimento ao câncer de mama no Sistema Único de Saúde (SUS).
O desafio, segundo ela, é ter um sistema integrado e melhorar o fluxo da paciente ainda na atenção básica.
Fluxo de atendimento
Nesse Outubro Rosa, mês dedicado à prevenção e combate ao câncer de mama, a SBC alerta que 90% dos cânceres de mama podem ser curados quando detectados em estágios iniciais. O diagnóstico precoce também permite tratamentos menos agressivos e maior possibilidade de preservação da mama.
Além da fila zero no SUS, Nise explica que é preciso também melhorar o fluxo de atendimento na saúde suplementar, de planos privados de saúde. “Falta ainda a consciência de como a paciente tem que navegar rapidamente dentro do sistema, das consultas, aos exames e tratamento”, disse, contando que já existe uma inciativa da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sobre um modelo de cuidado em oncologia.
Em 2019, o Brasil deve registrar quase 60 mil novos casos de câncer de mama, segundo levantamento do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Trata-se do tumor mais incidente entre mulheres depois do câncer de pele não-melanoma.
Exames em 30 dias
Um projeto em tramitação no Congresso Nacional prevê que os exames relacionados ao diagnóstico de câncer sejam realizados no prazo de 30 dias, após a primeira suspeita do médico. A Lei 12.732/2012 já prevê 60 dias entre o diagnóstico e o início do tratamento do câncer. Entretanto, para Nise, o cumprimento desses prazos será um desafio, já que, atualmente, esse tempo entre diagnóstico e tratamento chega a quase um ano.
Faça um comentário