Assistência Social de Ji-Paraná não vê solução imediata sobre Venezuelanos nos semáforos

Alguns venezuelanos pedem esmolas com crianças à tiracolo nos semáforos, muitos são de cultura indígena. 

A presença constante de famílias de venezuelanos em sinais da cidade pedindo esmolas, acompanhadas de crianças, continua preocupando a Prefeitura de Ji-Paraná. Equipes do Serviço Especializado de Abordagem Social da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) garantem que o problema não tem solução no curto prazo.

De acordo com a titular da Semas, Sônia Reigota, cerca de 400 venezuelanos estão em Ji-Paraná, alguns de cultura indígena. “A maioria deles [indígenas] está pedindo esmolas nos semáforos da cidade. Está é a cultura que possuem, inclusive, ao lado dos filhos”, revelou durante entrevista a uma emissora de rádio.

“Eles vivem em grupos, têm alimentação diferente [não consumem arroz e feijão] e chegam com hábitos que trouxeram da sua região de origem”, afirmou Sônia Reigota. Segundo ela, a Semas trabalha sozinha no acolhimento e conscientização das famílias que frequentam os sinais.

A secretária lembrou que todos os dias recebe denúncias, que muitos classificam como exploração infantil, por venezuelanos. “Estamos cientes do problema e pedimos que a população não dê esmolas a eles”, admitiu a secretária. Segundo ela, a administração pública não tem o poder retirar as crianças dos pais.

A Semas fornece alimentação de hospedagem às famílias que também estão inseridas no Cadastro Único para receber benefícios sociais. “O dinheiro que recebem nos sinais é para trazer outros parentes da Venezuela”, garantiu Sônia Reigota. Entre 10 e 15 venezuelanos chegam diariamente à cidade, alguns estão apenas de passagem para outros estados.

No curto prazo, na opinião da titular da Semas, o problema não tem solução. Ela lembra que se trata de questões que envolvem cultura, solidariedade, mas também recursos públicos. Ela garante que a prefeitura cumpri com o papel de fornecer o essencial às famílias, porém, atua só no acolhimento dos venezuelanos.

Nos próximos dias, a Semas deve lançar um edital no valor de R$ 430 mil (verba do governo federal) para instituições que queiram prestar serviços de acolhimento voluntário às famílias de venezuelanos que chegam diariamente ao município. “É uma forma de conseguir novos parceiros”, comentou.

Doações de roupas, utensílios domésticos e móveis devem ser feitas diretamente à Semas para que sejam encaminhados às famílias de acordo com a necessidade de cada uma.   

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