Morre em Rondônia Cacique Catarino, líder do povo Gavião

Cacique Catarino

Cacique Catarino ajudou na abertura da BR-364, quando era denominada BR -29, e nas expedições da Funai a índios isolados.

Da redação
Roberto Gutierrez

Morreu hoje, em Rondônia, vítima de complicações provocadas por problemas pulmonares o Cacique da Tribo Gavião Catarino Sebirop da Silva. Cacique Catarino passou mal ontem à tarde, foi medicado e aguardava ser levado para o hospital regional de Cacoal quando morreu. Ele estava em tratamento por conta de fungos no pulmão desde 2018, além disso, era hipertenso e diabético. Ele tinha 16 filhos de dois casamentos, muitos netos e bisnetos. O enterro da liderança indígena foi hoje à tarde no cemitério da Saudade em Ji-Paraná – interior de Rondônia. Recentemente Catarino havia perdido um filho com câncer.

Catarino trabalhou na abertura da BR-29 (hoje BR-364) que foi construída paralela à linha telegráfica de Marechal Rondon. Na década de 1960 ajudou a Funai em expedições nos primeiros contatos com índios isolados.

Catarino vivia na reserva indígena Igarapé Lourdes, Ikolen, município de Ji-Paraná. Na década de 1990, o cacique saiu candidato a vereador e não se elegeu. Devido à idade deixou de ser cacique.

Visto como grande liderança indígena, participou de muitos movimentos sociais em defesa dos povos da floresta.

Catarino foi registrado como se tivesse nascido em 1953, mas, segundo ele mesmo dizia, era muito mais velho.  Pelo fato de ter trabalhado na abertura da BR com mais de 20 anos de idade, Catarino teria nascido antes da Segunda Guerra Mundial. Seu primeiro casamento foi com a indígena Tersa Gavião e, a segunda esposa foi Maria Benedita Rodrigues da Silva.

No vídeo abaixo, Catarino está em casa usando oxigênio.

1 Comentário

  1. Infelizmente estamos fechando um ciclo.Estamos perdendo os indignas mais velhos. Que em vida repassarem seus conhecimentos e saberes de geração. E levando uma bagagem de conhecimento e saudades. Enfim …Esse é o destino de todos nós. Mistério da vida.. Aqui estamos só de passagem. E seu Catarino passou de firma grandiosa por essa vida. Deixou seu legado. Que Deus o receba lá no deixo a caciques indígenas.

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