União Europeia suspende importação de carne de fêmeas do Brasil

Medida deve-se ao uso de estradiol na IATF e somente será revogada após o País implementar um protocolo para comprovar que as fêmeas nunca receberam o produto.

A informação de que, dentro de 30 dias, somente carne de bovinos machos será elegível para exportação à União Europeia e ao Reino Unido movimentou o 4º Fórum Pecuária Brasil, organizado no dia 10 de setembro, pela consultoria Datagro, na capital paulista.

A decisão, comunicada aos frigoríficos por meio do Ofício Circular Nº 24/2024 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), causou um misto de surpresa e indignação nos produtores, porque ela se baseia em um suposto risco de resíduos na carne de um hormônio comumente usado em IATF (inseminação artificial em tempo fixo).

Conforme o ofício circular, as restrições somente serão suspensas após a implementação de um protocolo capaz de garantir que as fêmeas nunca foram tratadas com esse produto.

A União Europeia estipulou um prazo de 12 meses para que os pecuaristas e as indústrias brasileiras atendam à nova exigência, seguindo o seguinte cronograma: 0-2 meses (adaptação e aperfeiçoamento do sistema); 2-4 meses (acreditação e treinamento das certificadoras); 4-8 meses (ciclo de certificação) e 8-12 meses (formação dos lotes de animais elegíveis nas propriedades certificadas sob o novo protocolo).

O uso do estradiol é proibido na União Europeia e, nos últimos anos, essa restrição tem sido estendida a países terceiros que exportam para o bloco, com base no princípio de reciprocidade (equivalência de regras), conforme estipulado pela Recomendação nº 2 do relatório DG (Sante) 2024-8087, que trata de controle de resíduos e contaminantes.

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