
O berço da cafeicultura de Rondônia supera a época de lavouras dizimadas, tem produção recorde de café Robusta e faz concurso de qualidade.
Roberto Gutierrez – Começou o primeiro concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Café Robusta em Ouro Preto do Oeste. Ontem à noite aconteceu a primeira degustação das 18 amostras participantes. O acontecimento foi na sede da Associação Comercial e Industrial (ACIOP). Hoje pela manhã estavga previsto acontecer a segunda degustação em uma casa agropecuária. O resultado final do concurso de café em Ouro Preto será no próximo dia 8 de agosto.
Realização
O primeiro concurso é uma iniciativa da Idaron, do departamento de Agricultura da Emater, Faperon, Senar, Sindicato dos Produtores Rurais, Embrapa, Prefeitura de Ouro Preto com a particiação de parceiros da iniciativa privada.
Metodologia
O concurso é rigoroso quanto à seleção das amostras participantes divididos em quatro etapas distintas: na primeira etapa, o produtor escreve a amostra, depois passa pelo processo de classificação física que é a determinação dos efeitos do produto, em seguida, tem que responder a um questionário de sustentabilidade.
Rigorosidade
Existem quesitos importantes na classificação como, saber em que ponto está à sustentabilidade da propriedade. Nesse aspecto, como explicou o engenheiro agrônomo da agência IDARON, Jean Ramos dos Santos, conta como parte da pontuação se a lavoura de café tem uso de agrotóxico com receituário, além de dois detalhes muito importantes: “se a mulher participa das decisões da família e se a propriedade tem as áreas de proteção preservadas”, concluiu Jean, que deu uma palestra sobre o Café Robustas.
Berço da cafeicultura
A primeira lavoura de café em Rondônia foi introduzida em 1971 em Ouro Preto do Oeste, na época em que era projeto de colonização do Incra. Foi no mesmo ano em que as lavouras de cacau iniciaram também em Ouro Preto pela Ceplac com sementes vindas da Bahia.
Já, no caso do Café, o ministério da agricultura enviou mudas de Minas Gerais e do Paraná. A maioria das primeiras 500 propriedades assentadas a partir de 1970, tiveram acesso às mudas de café e custeio para a implantação da lavoura. O mesmo aconteceu com o Cacau.
Lavouras dizimadas
Com o passar do tempo, por motivos relacionados à falta de tradição com a lavoura, doenças, principalmente com relação ao cacau, e preços internacionais aquém do necessário para tornar uma lavoura lucrativa, tanto o café em Ouro Preto do Oeste e, principalmente, o cacau, deram lugar a pastagens para uma pecuária que exigia menos mão de obras, no entanto, era uma pecuária de subsistência. Demorou muito para que a pecuária se tornasse o que é hoje com investimento tecnológico e melhorias genéticas. Aliás, nessa época Rondônia era considerada zona desconhecida sobre a febre aftosa.
Tecnologia e rentabilidade
Mesmo Ouro Preto sendo o berço da cafeicultura de Rondônia, e até mesmo, o centro de pesquisa que ajudou a tornar o café no que é hoje, o município conseguiu uma retomada com o grande programa de doações de milhares de mudas de café feito pela secretaria de Agricultura de Ouro Preto do Oeste, O titular da pasta, Thiago Bortolo de Carvalho, disse que investir n café foi um desafio proposto pelo prefeito Alex Testoni há cinco anos e que está indo além da expectativa. Esse sucesso se deve também a boa parte dos agricultores que investiram na compra de mudas na iniciativa privada. Afinal, com os preços atrativos, com mudas mais resistentes, precoces e com uma produtividade duas vezes e meia maior em relação ao café dos anos 70, a cafeicultura em Ouro Preto deu um grande passo.
Avanço
O primeiro concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Café Robustas significa colocar Ouro Preto do Oeste de volta ao cenário da cafeicultura de Rondônia com qualidade. Essa aposta é dos organizadores do evento, cuja meta é assegurar a participação dos produtores de Ouro Preto do Oeste no concurso estadual em condições de igualdade com municípios como Cacoal, com fama de ser a capital do café, e São Miguel do Guaporé, o maior produtor de Café de Rondônia. O resultado final do concurso de café em Ouro Preto será no próximo dia 8 de agosto.
Resultados
Rondônia tem 65 mil hectares de café e a meta para os próximos cinco anos é chegas à casa das 100 mil hectares passando de três milhões para cinco milhões de sacas ao ano.
Os esforços da prefeitura com a doação de mudas, somado à própria iniciativa dos produtores que apostaram na compra de mudas, elevou a produção de café em Ouro Preto do Oeste para 30 mil sacas, movimentando pouco mais de R$ 30 milhões a cada safra.
Parabéns, pela matéria meu nobre amigo