Julgamento de Bolsonaro é capa da revista ‘The Economist’

A revista econômica, funda em 1843, que se auto define de tendência Liberal Clássico centro-direita,  diz que o Brasil oferece aos EUA lição de maturidade.
Na imagem da capa, Bolsonaro aparece em uma ilustração em alusão ao “viking do Capitólio”.

A revista econômica, funda em 1843, que se auto define de tendência Liberal Clássico centro-direita,  diz que o Brasil oferece aos EUA lição de maturidade.

Revista Veja – A recente  edição impressa da revista britânica ‘The Economist’ deu destaque em sua capa ao julgamento por suposto envolvimento na trama golpista do ex-presidente Jair Bolsonaro. A principal reportagem da publicação desta quinta-feira, 28, intitulada “O Brasil oferece aos Estados Unidos uma lição de maturidade democrática”, afirma que o processo em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) pode dar um exemplo de como países se recuperam de “uma febre populista” e que a nação sul-americana “trocou de lugar” com Washington em termos democráticos.

Viking do Capitólio

Na imagem da capa, o brasileiro aparece em uma ilustração em alusão ao “viking do Capitólio”, um dos invasores à sede do legislativo federal dos Estados Unidos, em 2021, quando apoiadores de Donald Trump tentaram impedir que o Congresso certificasse a vitória de Joe Biden, vencedor da disputa.

Intimidação

A escolha vem num momento em que o presidente americano usa o poderio econômico de seu país para intimidar parceiros econômicos mundo afora com tarifas — com destaque especial para o Brasil, onde a justificativa para a aplicação da punição econômica está ligada a acusações de “motivação política” por trás das investigações sobre Bolsonaro e trouxe consequências sem precedentes para o ministro que lidera o caso, Alexandre de Moraes, com sanções por meio da Lei Magnitsky.

Democracia a salvo

“Os dois países parecem estar trocando de lugar. Os Estados Unidos estão se tornando mais corruptos, protecionistas e autoritários — com Donald Trump esta semana mexendo com o Federal Reserve (banco central americano) e ameaçando cidades controladas pelos democratas (com o envio da Guarda Nacional). Em contraste, mesmo com o governo Trump punindo o Brasil por processar Bolsonaro, o próprio país está determinado a salvaguardar e fortalecer sua democracia”, afirma a reportagem da Economist.

Essas ações, a revista continua, “remetem a uma era sombria e passada, em que os Estados Unidos habitualmente desestabilizavam os países latino-americanos”.

Ditadura nunca mais

De acordo com a reportagem, um dos motivos pelos quais o Brasil promete ser diferente de outros países é que “a memória da ditadura ainda está fresca”: a redemocratização ocorreu a menos de quarenta anos. Além disso, destaca que a maioria dos brasileiros acredita que Bolsonaro tentou dar um golpe para manter-se no poder e que a maioria dos políticos do país, tanto de esquerda quanto de direita, “quer deixar para trás a loucura de Bolsonaro e sua polarização radical”.

Pela culatra

O texto argumenta ainda que a interferência de Trump “provavelmente sairá pela culatra”, uma vez que apenas 13% das exportações brasileiras vão para os Estados Unidos, e consistem principalmente de commodities, para as quais novos mercados podem ser encontrados.

“Até agora, os ataques de Trump apenas fortaleceram a posição de Lula nas pesquisas de opinião e lhe deram uma desculpa perfeita para qualquer notícia econômica ruim antes da próxima eleição, em outub de 2026”, diz o texto.

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