
Uma pesquisa feita no histórico do jornalismo revela que o maior número de mortes por bebida falsificada aconteceu na Bahia em 1990.
Roberto Gutierrez – Os casos de mortes e intoxicação, deixando sequelas, que foram registrados em São Paulo por conta de bebida falsificada, infelizmente, não é algo novo. A Folha de Rondônia News traz um levantamento completo sobre o número de mortes no Brasil por conta do consumo de bebida alcoólica falsificada ou adulterada.
1990 — Santo Amaro (BA) e região (Santo Amaro / Piauí) — cachaça adulterada
Óbitos relatados: ~24 em Santo Amaro (mais 6 em Amarante/PI em agosto do mesmo ano).
Bebida: cachaça caseira adulterada (há referência a “álcool metálico / metanol”).
Fontes: resumo histórico do caso conhecido como “cachaça da morte”.
1997 — Serrinha / Lamarão (BA) — cachaça caseira (marca “Pé No Pote” em alguns relatos)
Óbitos relatados: entre 11 e 13 mortos (fontes variam; alguns reportes citam 11, outros 13) e dezenas de intoxicados.
Bebida: cachaça artesanal contaminada por metanol.
Fontes: reportagens locais e apurações relembrando o episódio; laudos técnicos apontaram altos teores de metanol.
1999 — Surto na Bahia (vários municípios)
Óbitos relatados: 35 mortos em 10 cidades (relatos clássicos do surto baiano de 1999). Cerca de centenas de internados ao longo de dias.
Bebida: cachaça clandestina contaminada com metanol (em algumas análises, concentrações altíssimas foram detectadas).
Fontes: reportagens e levantamentos que documentam o surto de 1999.
(casos intercalados / outros)
Ao longo das décadas há registros regionais menores e surtos pontuais atribuídos a bebidas “batizadas” (cachaça artesanal armazenada em tambores, uso irregular de solventes, etc.). Esses episódios são frequentemente documentados por jornais locais e arquivos policiais/judiciais. Exemplos aparecem em reportagens que relembram tragédias baianas e outras ocorrências regionais.
2025 (set./out.) — Surto em São Paulo (casos recentes investigados)
Óbitos relatados (até últimas apurações): vários óbitos confirmados/suspeitos — fontes oficiais estaduais e federais informaram mortes confirmadas e suspeitas (ex.: Estado de São Paulo confirmou ao menos 5–6 mortes em diferentes comunicados; Ministério da Saúde pediu notificação imediata e criou sala de monitoramento). O número total varia conforme atualização; em alguns boletins havia 3 mortes confirmadas por laudo e outras em investigação; subsequentes atualizações estaduais chegaram a informar 5–6 óbitos investigados/confirmados.
Bebida: relatos apontam para bebidas destiladas adulteradas (gin, vodca, uísque e até destilados irregulares) com presença de metanol em amostras e/ou sangue de vítimas. Investigações apuram se metanol ilegalmente importado foi repassado a falsificadores/clandestinos.
Fontes: comunicados do Ministério da Saúde, secretarias estaduais (SP) e várias reportagens (Agência Brasil, CNN Brasil, G1) cobrindo o surto e atualizações.
Números globais
Frequência / escala: episódios com metanol em bebidas ocorrem no Brasil em “ondas” — surtos maiores (anos 1990s) e episódios pontuais mais recentes. A Bahia concentra alguns dos piores surtos históricos.
Outros incidentes relevantes no Brasil (não necessariamente metanol): o caso da Cervejaria Backer / Belorizontina (2020) causou mortes e sequelas, mas envolveu dietilenoglicol / monoetilenoglicol, substâncias diferentes do metanol — incluo apenas como referência comparativa sobre riscos de adulteração de bebidas. (não confundir com metanol).
Monitoramento mundial: ONGs e grupos como Médicos Sem Fronteiras registram milhares de mortes por metanol no mundo nas últimas décadas; o Brasil contribui para esse histórico com surtos documentados.
Limites e incertezas deste levantamento
Números variam conforme fontes (órgãos de saúde, jornais locais, relatórios policiais). Em surtos antigos (anos 1990), a contagem final às vezes difere entre laudos e reportagens. Onde há variação eu indiquei o intervalo.
Casos recentes (2025) estão em investigação — algumas mortes aparecem inicialmente como “suspeitas” e depois são confirmadas por laudo toxicológico; por isso os números mudam com rapidez enquanto a investigação corre. Para esses casos citei comunicados oficiais mais recentes.
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