Sabia que um retrovisor pode acabar com muitos “coaches”?
Carlos Pedro Macena – Outro dia comecei a ruminar sobre a vida que o retrovisor do tempo, caso tal telescópio funcionasse ao contrário, haveria de nos mostrar, quilômetro por quilômetro. Foi aí que estanquei o ruminismo:
“Se não te reconheces na vida em movimento agora, com as imagens da vida registrada no “zoetrope” do vidro infinito, é bem capaz de teres esquecido quem foste? Ou ela é coesa e coerente com o espectro que somente o retrovisor te oferece?”.
Bah, larga-te de tonterias, estilhaça o retrovisor se ele tornar-te mais incômodo do que útil. Que tal te equipares dum faiscante antevisor?- Ah, matungo antolhado, andam aos magotes pelaí, chamam-nos “coaches”…
Levam mais lisos que ciganos teu dinheirinho suado, os ditos. Contudo, no particular, bem o sabes: somente quem pode cismar o quanto te virá dos Céus em graça e fartura ou se crivará a terra de pragas e secas são os “coaches” pagos pelos ouvidos ou pela consciência, deles o que tiver mais saldo no Nubank, e dá-lhes pô-los campina afora à boleadeira.
Mais empertigado que almirante filipino em noivado da filha com holandês anistiado em Bangkok, prossegue o dito “coach”, sem jamais revelar o segredo do cofre: intransponíveis “roadblocks” (“gelo baiano”), que desmontam seus prognósticos por um laço de fita de Amsterdam, nos traumas da cada jacu.
Vai aí um exemplozinho besta numa pensata tão cabulosa: na Grécia (nunca é no Ceará…), teve um povo que resolveu em assembleia ir lá chatear Zeus: queriam dar em sacrifício por toda a eternidade um olho de toda sua descendência para saberem, amanhã, o futuro. Resultado, anunciado por Gaia às gargalhadas: o tal povo, hicsos, acho, acabou se tornando os seres mais tristes da Criação – por saberem o dia da própria Morte.
Pensa e depois diz, só a ti, naquilo que pode te custar o que te parece ser o que de mais valor na vida hás quem tenha a pedir – e o consigas.
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