Jorge Messias: o caminho silencioso para o STF

No Supremo, entre ministros e bastidores jurídicos, a avaliação é de que sua indicação será recebida com naturalidade.

Roberto Gutierrez – A política brasileira, às vezes, se define em movimentos quase imperceptíveis, mas de efeito concreto. É o caso de Jorge Messias, favorito para a próxima vaga no Supremo Tribunal Federal. A indicação, embora já esperada, ganhou visibilidade nos últimos dias com o retorno da pauta política à Brasília.

A nomeação de Messias se insere em um contexto delicado. Quando a pré-indicação de Boulos circulou, seu nome foi exposto — mas não houve rejeição sistemática. A ausência temporária do presidente Lula, em viagem ao exterior, serviu como um teste indireto: sem oposição organizada, Messias consolidou seu status de favorito. No Supremo, entre ministros e bastidores jurídicos, a avaliação é de que sua indicação será recebida com naturalidade.

Com o retorno do presidente, a expectativa é de que a assinatura seja formalizada em breve — possivelmente amanhã. O cenário indica que o governo escolheu agir com ritmo, mas evitando ruídos. Messias, assim, se beneficia de um processo silencioso, onde a força do nome se alia à estratégia de timing, mostrando que, muitas vezes, na política, o silêncio é tão poderoso quanto a ação direta.

O favoritismo de Jorge Messias não é apenas resultado de alinhamento político, mas também de técnica reconhecida e aceitação institucional. Ele representa uma escolha que minimiza conflitos internos no STF e garante ao Planalto uma indicação com pouca resistência, o que, em Brasília, é moeda rara.

Em linhas práticas, a indicação de Messias confirma algo evidente para quem acompanha de perto: o STF se movimenta em sintonia fina com o governo, mas dentro de suas próprias regras e equilíbrios. O nome, o momento e a reação dos pares são determinantes. E, até aqui, tudo indica que Messias tem esse equilíbrio do seu lado.

Na política, como em Brasília, o tempo e a ausência de oposição organizada são aliados poderosos. Jorge Messias caminha para ocupar a cadeira no STF como favorito silencioso, mas seguro — e isso, muitas vezes, vale mais do que qualquer campanha de visibilidade.

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