Taí, cambada, pra instigar até segunda-feira – coluna do Macena  

Millôr Fernandes foi um desenhista, humorista, dramaturgo, escritor, poeta, tradutor e jornalista.

Carlos Pedro Macena – “Se todo homem nesse mundo ganhasse o que merece, ia sobrar muito dinheiro por aí.” (Millôr Fernandes)

“Desconfie duma admiração, nunca dum ódio. Ele é sempre sincero.” (Nelson Rodrigues)

“Nada une tão fortemente como o ódio – nem o amor, nem a amizade, nem a admiração.” (Anton Tchekhov)

“O ódio sem desejo de vingança é um grão caído sobre o granito.” (Honoré de Balzac)

“Tem muito jeito de a gente matar uma pessoa, a indiferença não falha.” (Chorawn Brown Jr.)

“Pomposo apelido da indiferença, elegante escudo para a ignorância, a todos uma hora nos serve a indiferença.” (G.K. Chesterton)

“Mostrar cólera e ódio nas palavras ou no semblante é inútil, perigoso, imprudente, ridículo e comum. Não devemos revelá-los senão por meio de atos, que se pode praticar tanto mais perfeitamente quanto mais perfeitamente tenham sido evitadas aquelas palavras e semblantes. Ainda não sei controlá-lo mas já sei que meu ódio é um amor irrealizado, uma vida ainda nunca vivida. Pois vivi tudo, menos a vida, e é isso o que não perdoo em mim. Como não suporto não me perdoar, então não perdoo aos outros. A este ponto cheguei: como não consegui a vida, quero matá-la. A minha cólera – que é ela senão reivindicação? – a minha cólera, eu sei, tenho que saber neste minuto raro de escolha, ela é o reverso de meu amor; se eu quiser escolher finalmente me entregar sem orgulho à doçura do mundo, então chamarei minha ira de amor.” (Clarice Lispector, Rocco, RJ, 1999)”

Dores abissais calçadas na síndrome da rejeição e validadas pela indiferença do outro nos atiram ao chão. Jura, Creuza?

Além do chão? Nada! Ao contrário, dele se erguerá a base donde vamos extrair o impulso necessário para levantarmos, seguindo em frente. “Reconhece a queda, e não desanima…”

***

“Com tua indiferença percebi o quanto vale um carinho;

Com tua arrogância entendi o quanto vale a humildade;

Com teu praguejar brilhou o valor do esforço;

Do teu mau humor roubei sorrisos e dei às crianças na feira;

Com teu orgulho percebi o quanto vale um amigo;

Com tuas mentiras percebi o quanto valem a verdade e a lealdade;

Com teus deboches percebi o quanto vale a cordialidade;

Com tua ganância aumentei o preço da flor;

Com tua cegueira me escondi da luz;

Com tua inoperância percebi o quanto vale a dedicação;

Sem tua presença todo dia bate à minha porta a paz de estar sozinho;

Com toda a dor que passei, percebi o quanto as pessoas precisam de pessoas melhores.” (Charles Peter).

*Carlos Pedro Macena é de Brasília (DF), 61 anos, graduado em Jornalismo pela USP/1989. Ex-Diretor da Afiliada Globo m Vilhena, ex-repórter de Política da “Folha de Rondônia”, Chefe de Reportagem do “Diário da Amazônia”, Assessor de Imprensa do Detran-RO. Trabalhou na Editora Abril, no Grupo Folhas e 11 anos no Banco do Brasil. Atualmente, só pesca e mente.

 

 

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