Rondônia entra no período mais sensível do xadrez político rumo a 2026, a partir de hoje a coluna do Gutierrez traz uma série de peculiaridades dos bastidores.
Por Roberto Gutierrez – Entre os dias 6 de março e 5 de abril acontece a chamada janela partidária, período em que os políticos podem trocar de partido sem risco de perda de mandato.
Batizei esse movimento de eclipse eleitoral: tudo muda, muita coisa escurece e a partir desse momento nada permanece no mesmo lugar.
Mosquini fora do MDB
Uma das mudanças dadas como certa em Rondônia é a do deputado federal Lúcio Mosquini, hoje no MDB.
Ele poderá ir para o PL do senador Marcos Rogério, que aparece bem posicionado nas pesquisas para disputar o Governo de Rondônia.
Um dos sinais claros de que Mosquini deixaria o MDB ocorreu em maio de 2025, quando ele entregou a presidência do MDB em Rondônia ao senador Confúcio Moura.
Motivo
O fato de o MDB integrar a base aliada do governo Lula vai na contramão da base de direita bolsonarista na qual Mosquini navega. O outro motivo atende pelo nome de sobrevivência eleitoral.
Quem elegeu deputado federal em 2022
Na eleição de 2022, apenas três partidos em Rondônia conseguiram eleger deputados federais:
União Brasil: Fernando Máximo, Maurício Carvalho, Cristiane Lopes e Lebrão, que depois perdeu a vaga para Rafael Fera, do Podemos.
PL elegeu Sílvia Cristina e Coronel Chrisóstomo
Hoje, Sílvia Cristina é presidente do PP Mulher e será candidata ao Senado.
MDB elegeu Lúcio Mosquini e Thiago Flores.
Regra que aperta o funil
O modelo eleitoral vigente impede coligação partidária para deputado federal e senador, somado ao fato de que um partido só pode lançar até 150% do número de vagas do estado.
Em Rondônia, que possui 8 vagas, cada partido pode lançar até 12 candidatos, sendo que 4 vagas obrigatoriamente precisam ser preenchidas por mulheres.
Quanto mais cadeira, mais dinheiro
O eclipse eleitoral vai revelar mudanças profundas, tornando a eleição para deputado federal uma das mais difíceis e mais importantes para os partidos em nível nacional.
Quanto maior o número de deputados federais eleitos, maior será a fatia do fundo partidário e do fundo público de campanha que cada sigla terá para repartir.
Prisão que pode virar domiciliar
Condenado a 21 anos e 11 meses de cadeia, sendo dois anos e um mês em regime fechado, Heleno fazia parte do chamado “núcleo estratégico” da organização acusada de orquestrar a tentativa de golpe de Estado.
A Procuradoria-Geral da República manifestou-se favorável à prisão domiciliar do general. O pedido ao Supremo Tribunal Federal baseia-se na idade avançada, 78 anos, e no diagnóstico de Alzheimer, doença com a qual Heleno convive desde 2018.
A decisão final cabe ao relator do processo no STF, o ministro Alexandre de Moraes.
“Roberto Gutierrez é jornalista. Na comunicação desde outubro de 1976, passou por todas as mídias e há quase três décadas é editorialista e analista político.”
Faça um comentário