Michelle derrota os filhos e acelera projeto de poder

Michelle derrota os filhos e acelera projeto de poder

Ao barrar acordo com Ciro Gomes no Ceará e expandir sua própria rede de apoio feminino ao Senado, Michelle Bolsonaro sai fortalecida no embate silencioso contra os filhos de Jair Bolsonaro.

Por Roberto Gutierrez – Ao barrar a aliança com Ciro no Ceará, impor candidaturas próprias e receber até pedido de desculpas de Flávio Bolsonaro, Michelle se consolida como a principal liderança do bolsonarismo no pós-Bolsonaro.

Escusas

Após chamar Michelle de “autoritária e inconveniente”, Flávio Bolsonaro recuou e pediu desculpas. O episódio confirma quem saiu politicamente mais forte na queda de braço interna.

Disputa pela liderança

Com Jair Bolsonaro fora do jogo, a pergunta nos bastidores é objetiva: quem lidera o bolsonarismo, Michelle ou os filhos? A avaliação é que um confronto direto causaria divisão improdutiva ao grupo.

Perfil

Ambiciosa, organizada e com discurso afiado, Michelle monta um verdadeiro exército de mulheres aliadas. Nos bastidores do PL, há quem aposte que ela pode ser a principal responsável pelo crescimento do número de mulheres eleitas em 2026.

Bancada Michellista

Como presidente do PL Mulher, Michelle articula candidaturas femininas de direita em todo o país. O objetivo é formar uma possível bancada “michellista” no Senado a partir de 2026. Isso poderá ser um deus-nos-acuda para o judiciário cujo projeto é desmantelar o atual modelo da suprema corte.

Tentáculos

Carlos Bolsonaro enfrenta rejeição em Santa Catarina e é visto como forasteiro. Michelle, por sua vez, apoia Caroline de Toni ao Senado. Em Rondônia há um ensaio especulativo para que Carlos Bolsonaro seja candidato ao senado pelo Partido Liberal. No DF, a escolhida de Michelle é Bia Kicis, que já conta com o alinhamento político da presidente do PL Mulher.

No Ceará, Michelle repete a estratégia: aposta em Priscila Costa para o Senado. A presença de Ciro inviabilizava esse plano e, por isso, ficou de fora.

 

“Roberto Gutierrez é jornalista. Na comunicação desde outubro de 1976, passou por todas as mídias e há quase três décadas é editorialista e analista político.”

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