Do G1 -Depois de mais de 17 horas, chegou ao fim, na madrugada desta terça-feira (26), o julgamento dos acusados pela morte da empresária Geiziane dos Santos, no Fórum Dr. Aluízio Sá Peixoto, em Ariquemes. A vítima foi assassinada com um tiro na cabeça, em junho de 2015, em Monte Negro, no Vale do Jamari de Rondônia. A Justiça condenou três réus por homicídio doloso e qualificado e absolveu o quarto acusado por insuficiência de provas. As defesas dos réus condenados recorreram da decisão.
Entre os réus, o ex-marido da vítima, Claudemir Dias dos Santos, acusado de ser o mandante do homicídio. Claudemir foi condenado a 25 anos de prisão em regime fechado. Ele teria planejado o crime por não se conformar com o término do relacionamento com a vítima. O condenado estava preso preventivamente pelo crime na Casa de Detenção de Ariquemes, desde agosto de 2015.
O executor do crime, Antônio Freitas da Silva, confessou em júri ter matado a empresária e foi condenado a 18 anos de prisão em regime fechado. Ele já estava preso pelo crime desde outubro do ano passado. Já Gedeon José Duque e Robson Silva, foram jugados a revelia. Gedeon teria contratado Antônio para executar a vítima, a mando de Claudemir.
Gedeon foi condenado a 20 anos de prisão e é considerado foragido. Robson da Silva foi absolvido por insuficiência de provas e o mandado de prisão preventiva em desfavor dele será recolhido pelo juizado.
O G1 não conseguiu contato com os respectivos advogados dos réus condenados, mas foi confirmada a informação que os defensores já entraram com recurso para recorrer da decisão.
O julgamento
O julgamento dos réus acusados pela morte da empresária Geiziane dos Santos começou por volta das 8h de segunda-feira (26) no tribunal do Júri no Fórum Dr. Aluízio Sá Peixoto, em Ariquemes. Foram ouvidas 11 testemunhas no total, e com nove horas destinadas a debates entre a acusação e defesa, com direito a réplica e tréplica. O júri foi formado por sete pessoas, sendo três homens e quatro mulheres. Durante depoimento ao juízo, Claudemir, ex-marido da vítima, negou envolvimento no crime.
Já Antônio, acusado de ser o executor da empresária, confirmou a autoria, contou detalhes da ação e disse que recebeu de Gedeon a quantia de R$ 1 mil pelo crime. Em juízo, Antônio disse que invadiu a casa da vítima pulando o muro da residência, e arrombou a porta com ponta pés e com tiros. Ele ainda contou que arrombou a porta do quarto da vítima e do banheiro, onde ela estava escondida. Após arrombar a porta, ele relatou que a empresária tentou reagir, no momento em que ele disparou um tiro na nuca da vítima, que morreu no local.
‘Estou aliviada’, diz mãe da vítima
A mãe de Geiziane, Maria Aparecida de Souza, acompanhou todo o julgamento e contou a reportagem do G1, os momentos mais intensos segundo ela.
“Quando meu ex-genro negou o crime fiquei com medo de a justiça não ser feita, e quando o Antônio confessou o crime e deu detalhes de como matou minha filha. Esses momentos foram os mais difíceis para mim. Revivi novamente a dor do dia da morte dela. Foi muita crueldade o que fizeram com minha filha”, desabafou.
Para a mãe da vítima, o resultado foi justo. “Estou aliviada. A justiça dos homens foi feita e sei que a justiça de Deus não falhará”, comentou.
O caso
A empresária foi morta no interior da residência onde morava no dia 19 de junho de 2015. A mulher, que tinha 31 anos jantava quando uma pessoa entrou pelos fundos da casa. Ao perceber a invasão, a empresária correu para o banheiro de um dos quartos e se trancou. Neste momento, o suspeito arrombou a porta do banheiro e atirou contra a vítima.
Conforme a investigações, o ex-marido descontente com o término do relacionamento de cinco anos, por questões passionais e patrimoniais planejou o homicídio e contratou duas pessoas, que consequentemente chamaram dois executores para assassinar a mulher. Ele teria ordenado que os criminosos invadissem a casa onde a empresária morava com o filho do casal, de 4 anos.
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