Odebrecht oficializa delação premiada e vai detalhar doações

Marcelo Odebrecht, que está preso pela Lava Jato, vai desmantelar o Congresso Nacional.
Marcelo Odebrecht, que está preso pela Lava Jato, vai desmantelar o Congresso Nacional.

A Odebrecht e o Ministério Público Federal formalizaram a negociação de delação premiada e leniência no âmbito da Lava Jato. A informação foi divulgada nesta terça-feira (31) pela colunista Mônica Bergamo, da “Folha de S.Paulo”.

Segundo a colunista, com a assinatura do documento, na última quarta-feira, as conversas que vinham ocorrendo há meses se tornaram oficiais e até mesmo Emílio Odebrecht, ex-presidente da empresa e pai de Marcelo Odebrecht, que está preso, será convocado para dar informações. O número de executivos a depôr pode chegar a 50.

A empreiteira se compromete a detalhar o financiamento de todas as campanhas eleitorais, incluindo as de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (PMDB) e Aécio Neves (PSDB). 

 

Planilhas da Odebrecht

Planilhas apreendidas pela Polícia Federal na casa de um ex-executivo da Odebrecht, em fevereiro deste ano, listam possíveis repasses a pelo menos 316 políticos de 24 partidos.

Os repasses foram feitos nas campanhas municipais de 2012 e para a eleição de 2014. Não é possível, contudo, dizer com certeza a que se referem os valores, nem se foram efetivamente repassados. Pode ser doação legal, caixa dois, ou propina.

O material foi apreendido com o então presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Silva Júnior, no Rio, durante a fase Acarajé da Lava Jato. Os documentos se tornaram públicos em 22 de março e, já no dia seguinte, o juiz Sergio Moro decidiu colocar sob sigilo o inquérito.

Entre os nomes que constam na lista estão o de Jaques Wagner (PT), homem forte do governo Dilma, e dos tucanos Aécio Neves (presidente do PSDB e senador por Minas) e José Serra (atual ministro de Relações Exteriores de Michel Temer). Também são citados os peemedebistas Eduardo Cunha, Renan Calheiros e José Sarney.

Veja a lista de apelidos dados em planilhas da Odebrechet

Manuela D’Avila (PCdoB-RS) – Avião
Marcelo Nilo (PDT-BA) – Rio
Edvaldo Brito (PTB-BA) – Candomblé
Daniel Almeida (PCdoB-BA) – Comuna
Paulo Magalhães (PSC-BA) – Goleiro
Raul Jungmann (PPS-PE) – Bruto
Geraldo Júlio (PSB-PE) – Neto
Etore Labanca (PSB-PE) – Cacique
Fabio Branco (PMDB-RS) – Colorido
Mário Kertesz (PMDB-BA) – Roberval
Artur Maia (PMDB-BA) – Tuca
Jarbas Vasconcelos Filho (PMDB-PE) – Viagra
Renan Calheiros (PMDB-AL) – Atleta
José Sarney (PMDB-MA) – Escritor
Eduardo Paes (PMDB-RJ) – Nervosinho
Sergio Cabral (PMDB-RJ) – Proximus
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – Caranguejo
Jorge Picciani (PMDB-RJ) – Grego
Adão Villaverde (PT-RS) – Eva
Carlos Todeschini (PT-RS) – Alemão
Tarcísio Zimmermann (PT-RS) – Irmão
Jairo Jorge (PT-RS) – Nordeste
Nelson Pelegrino (PT-BA) – Pelé
Humberto Costa (PT-PE) – Drácula
Pedro Eugênio (PT-PE) – Droeu
Paulo Garcia (PT-GO) – Pastor
Lindberg Farias (PT-RJ) – Lindinho

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