As sessões da Câmara Municipal de Araraquara, no interior de São Paulo, começaram com uma polêmica nesta semana. A vereadora Thainara Faria (PT) disse que, apesar de ser católica praticante, não vai ler trechos da Bíblia no início das reuniões, como prevê o Regimento Interno do Legislativo. Ele determina um rodízio entre os vereadores na leitura do livro logo no início dos trabalhos.
Aos 22 anos, Thainara é a mais jovem vereadora da história da Câmara e a primeira negra no cargo. Na tribuna, alegou que o Estado é laico e que seria um erro doutrinar uma religião. Ela sugeriu que o vereador poderia, por exemplo, em vez de ler um trecho da Bíblia, “encarnar um caboclo” ou ainda “falar a palavra de outras religiões”.
A posição da vereadora repercutiu após o posicionamento na reunião da última terça-feira (7). Ela afirmou ter recebido elogios pela postura, mas também algumas críticas. Entretanto, garantiu continuar acreditando que a “Casa do Povo” não deva ter religião e, por isso, pediu que seja substituída por outro vereador quando for sua vez de ler a Bíblia.
O presidente da Câmara, Jeferson Yashuda (PSDB), contou que é a primeira vez que alguém se recusa a cumprir esse artigo, que foi instituído em 2006 no regimento interno. Mas disse ser direito da vereadora se negar a fazer a leitura – o que será respeitado pela Câmara.
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