Não há evidências científicas que comprovem que a substituição do açúcar por adoçantes de baixa caloria possa provocar câncer ou aumentar a incidência de diabetes tipo 2. Além disso, metanálises de diversos estudos comprovam que o uso de bebidas e adoçantes de baixa caloria por adultos e crianças ajuda, sim, na redução de peso. Porém, nem sempre isso é percebido por conta da chamada “causalidade reversa”.
Em síntese esse foi o consenso apresentado durante o simpósio Doce sem calorias: Segurança, benefícios e o papel dos adoçantes de baixas calorias na obesidade e diabetes, realizado pela Associação Internacional de Adoçantes (ISA), durante a 40ª edição do Ganepão, um dos maiores e mais importantes congressos de Nutrição da América Latina.
O professor Carlo La Vecchia da Universidade de Milão (Itália) abriu o simpósio, apresentando estudos clínicos que comprovam que não há associação entre o consumo adoçantes de baixa caloria com o surgimento de câncer de bexiga, pâncreas, estômago ou endométrio.
A relação entre câncer e o uso de adoçantes vem sendo debatido pela comunidade cientifica desde a década de 1970. Entretanto, as autoridades de saúde como o US Food and Drug Administration (FDA – EUA), a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA), o Comitê de Especialistas em Aditivos Alimentares da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e a própria Organização Mundial da Saúde (OMS), têm apresentado diversas e repetidas avaliações sobre a segurança desses produtos para a saúde.
Já France Bellisle, Doutora em Psicologia Epidemiológica Nutricional pela Universidade de Paris, observou que adoçantes de baixa caloria tornaram possível separar a sensação de doçura das calorias contidas no açúcar. Com isso, permitiram também o estudo do efeito dos adoçantes de baixas calorias no apetite e no consumo de energia e isso impacta no resultado das dietas não calóricas. Ela explicou que após 40 anos de estudos, várias metanálise comprovaram que o uso de adoçantes de baixa caloria por adultos e crianças não estimula o consumo de alimentos doces.
Porém, ela ressaltou que esses benefícios podem variar de pessoa para pessoa e de população para população.”Os adoçantes de baixa caloria podem ajudar as pessoas a consumirem menos açúcar e menos calorias, mas eles, por si só, não resolveram o problema da obesidade. Outras estratégias deverão ser aplicadas levando em consideração o contexto populacional”, ressaltou a pesquisadora.
O doutor Caomhan Logue, do Centro de Inovação Nutricional para Alimentação e Saúde da Universidade de Ulster (Reino Unido) apresentou evidências sobre o papel que os adoçantes de baixas calorias podem ter na gestão do diabetes e da obesidade, especialmente a infantil, numa perspectiva de perspectiva da saúde pública.
“A obesidade infantil deve ser enfrentada, já que o ganho de peso entre as crianças traz complicações para a saúde mental e física. Conforme citei em minha palestra, evidências sugerem que os adoçantes de baixa caloria podem ter, sim, uma contribuição positiva e sustentável no que norteia a prevenção e a gestão da obesidade e do diabetes. Porém, não existe fórmula mágica. É preciso controle e o consumo mais consciente vem do equilíbrio, do entendimento da importância de cada alimento para a dieta. “, enfatizou Dr. Logue.
Mais informações: https://www.sweeteners.org/category/12/research/357/sweet-taste—no-calories-experts-present-latest-evidence-on-low-calorie-sweeteners-science
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Sobre Salud em Corto
Salud em Corto é uma organização não-governamental formada por uma equipe multidisciplinar de especialistas em saúde e nutrição, que tem como objetivo disseminar a cultura de prevenção à saúde e promoção do bem-estar da população latino-americana, por meio de informações confiáveis médico-científicas confiáveis.
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