Morreu hoje às 2 horas o dono do primeiro cinema de Ouro Preto do Oeste – um dos pioneiros que ajudou na instalação do Incra e na abertura das primeiras linhas vicinais de Rondônia, na antigo Projeto de Colonização Ouro Preto. Trata-se de Agenor Nogueira da Rocha – o Agenor do Cinema. Há cinco anos ele teve um AVC Isquêmico e, desde então, ficou 100% dependente para qualquer simples tarefa, até mesmo para comer e beber água. Seus últimos dias, mesmo como cadeirante e dificuldade de fala, era levado para passear todo fim de tarde por um dos filhos até à praça da igreja Católica, onde ficava ouvindo conversas de amigos que há mais de 20 anos se juntam no mesmo lugar para tomar chimarrão.
Agenor era casado com Gladys Martha Gutierrez (falecida) e pai do Omar da Farmácia, do Roberto Gutierrez e do professor Osvaldo Orellana. Além dos filhos, Agenor deixa 10 netos e 10 bisnetos. O velório acontece hoje (04/08) a partir das 8 horas, na Associação Vida Nova e o enterro deverá acontecer às 16 horas. Ele estava perto de completar 90 anos.
Pioneiorismo
Agenor chegou a Rondônia vindo de São Paulo em 1969 a convite Luiz Melo e Antônio Miache. Passou a trabalhar então com as equipes de topógrafos na demarcação das terras para a distribuição de lotes rurais e onde seriam abertas as estradas vicinais do primeiro projeto de colonização do Incra no Brasil – O PIC-Ouro Preto. No ano seguinte se tornou o motorista do engenheiro agrônomo Assis Canuto que era o administrador do Incra. Em 1970 dona Gladys e Agenor Montaram um restaurante que servia comida para os funcionários do Incra. Mais tarde, com a abertura do setor comercial da Praça dos Três coqueiros, montaram uma churrascaria.
Ainda na década de 1970, Agenor realizou um sono da infância quando ainda morava no Ceará: contruiu um cinema – o primeiro cinema de Ouro Preto/RO que teve algumas curiosidades históricas. Uma delas era que as máquinas de projeção de filmes eram as mesmas máquinas que inauguraram o Cine Lacerda de Porto Velho.
Nas décadas de 80, Agenor montou uma sala de projeção exclusiva para filmes impróprios para menores de 18 anos. Adolescentes da época, que hoje são senhores acima dos 40 anos, adulavam ‘seo’ Agenor para conseguir assistir a um filme impróprio, cujo grau de nudez na atualidade é comum em sessões da tarde na TV aberta.
Antes de ir para Rondônia e morar em São Paulo, Agenor passou um bom tempo em Rio Branco. Ele era operador de escavadeiras. Foi ele quem abriu o Canal da Maternidade – uma obra grandiosa que foi realizada no início da década de 50 quando o Acre ainda era Território Federal. Foi nessa época, que em uma de suas viagens para Brasiléia, fronteira com a Bolívia, conheceu Gladys Martha Gutierrez, que morava em Cobija. Eles se casaram e foram morar em São Paulo.
Da redação – Roberto Gutierrez
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