Médico de Rondônia conta como foi terrível vencer a Covid-19

Médico de Rondônia conta como foi terrível vencer a Covid-19
Abrahim Merino Chamma pensou que iria morrer.

Relato emocionante de um médico de 46 anos infectado  pelo novo coronavírus num plantão do Hospital Regional de Cacoal.

 

Ji-Paraná – “Chorei sozinho no banheiro pelo menos três vezes. No sétimo dia, uma queimação tremenda no pulmão para respirar. A sensação de morte era frequente ao perceber que nenhum dinheiro no mundo me salvaria. Graças a Deus não precisei de ser entubado. Foi Deus quem me deu uma segunda chance”.

Esse relato emocionante é do ex-secretário de Saúde de Ji-Paraná, Abrahim Merino Chamma, um dos médicos que foram contaminados pela covid-19 no fatídico plantão do Heuro – Hospital Regional de Cacoal, que levou três médicos para a UTI infectando ao todo nove profissionais da saúde.

Com exclusividade Abrahim, que tem 46 anos de idade, contou ao repórter Roberto Gutierrez – Folha de Rondônia News  – o drama  vivido por ele que teve origem no dia 9 de julho, o plantão que, por alguma falha humana, fez com que um paciente, involuntariamente, se tornasse o protagonista da infestação.

Febre exagerada

“Tive os dois primeiros dias de febre alta, 39,9 graus, e muita dor no corpo”, comentou  Abrahim, ao dizer que ficou quatro dias dessa forma. Ele disse que teve muito medo e muita dor no peito. Ele ficou isolado no quarto, em casa, onde mora em Ji-Paraná, sob os cuidados da esposa – a médica Suelen Moreira. Graças a Deus nem ela e nem meus filhos foram contaminados pelo novo coronavírus.

Ciente do perigo

Abrahim sabia que no sétimo dia poderia entrar na fase inflamatória da doença, na qual existe a chance de coagulação intravascular. Sendo assim, aplicou heparina na barriga por seis dias.

“O tratamento precoce me salvou: Ivermectina, Azitromicina, Hidroxicloroquina, Heparina. Tudo junto me ajudou”, relatou o médico, ao dizer que esse foi o maior medo que teve na vida.

Abrahim disse que tinha consciência que nenhum dinheiro no mundo o salvaria. “Graças a Deus não precisei de ser entubado”.

Emocionado, Abrahim disse que acredita em milagre e que foi salvo por ajuda de Deus. “Ser um médico, não é apenas acreditar naquilo que a ciência é capaz, mas, saber que Deus é a força que nos revigora a cada dia”.

Gratidão

Suelen e Abrahim

“Sou alguém abençoado por ter uma esposa que, mesmo sendo médica e sabendo dos riscos que corria, por mais, que tivesse informação suficiente para se prevenir, não se furtou em cuidar de mim – Suelen Moreira, minha guardiã, minha cúmplice, uma mulher corajosa e abençoada”.

Bem-humorado em brincalhão, Abrahim disse que não tornou sua doença púbica antes, com medo da torcida dos “inimigos” (…) risos.

 

“Acredito que, na próxima semana, voltarei ao trabalho para dedicar meu tempo e conhecimento a aquelas pessoas que mais precisam da nossa atenção e dedicação”. “Quero também agradecer às pessoas que oraram por mim e que Deus retribua em dobro essas bençãos.”

“Aproveito essa oportunidade, Roberto, para dizer que  as pessoas têm que se cuidar. Usar as medidas de proteção como se estivessem no auge da pandemia”. Essa doença é traiçoeira, conforme Abrahim diz nessa gravação.

 

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