Família Lima Souza dá adeus à matriarca que morre aos 81 anos

Um amor adolescente, nove filhos e uma história de vida que tem como pano de fundo o início da colonização em Rondônia na era da reforma agrária.

Roberto Gutierrez – Morre aos 81 anos de idade em consequência a uma disfagia pulmonar, Dona Nininha, a matriarca da família Lima e Souza. Pioneira da colonização no interior de Rondônia, dona Maria de Lima Souza chegou ao Projeto de Colonização do Incra, atual Ouro Preto do Oeste,  em 1973. Ela deixa nove filhos, 19 netos e 20 bisnetos. O enterro aconteceu nesta sexta-feira.

Amor adolescente

Mineira de Aimorés, Nininha nasceu em novembro de 1942. Dezesseis anos mais tarde, ainda adolescente,  se apaixonou pelo também jovem Oliveiros Ferreira de Souza, o ‘seo’ Oliveiros. Não demorou muito para nascer o primeiro filho, Roldão em Aimorés, seguidos  de mais seis filhos que são de Ecoporanga, no Espírito Santo.

Rumo ao desconhecido

Com muitas bocas para alimentar e municiado de espírito de aventura, o jovem casal juntou as coisas que tinham, colocaram num caminhão pau-de-arara, e rumaram para Rondônia. A fama desse lugar corria longe atraindo brasileiros de todas as partes em busca de trabalho e um pedaço de terra para plantar. A aventura na estrada durou mais de uma semana.

Mal havia chegado a Ouro Preto, ‘seo’ Oliveiros já estava empregado. Passou a trabalhar no Incra que era comandado por Assis Canuto. Foi na Sapolândia, a primeira vila de casas para funcionários do Incra, que a família numerosa foi morar.

Dona Nininha, além de cuidar dos afazeres da casa, costurava para fora. Ela tinha a ajuda da tia-avó, a ‘Mãe-Velha’, uma idosa muito carinhosa cuja voz grave, se assemelhava à jornalista Leda Nagle.  Mãe-Velha’ ajudou a cuidar de todos os sobrinhos netos.

Família completa

Para chegar ao número de nove filhos, o casal Oliveiros e Dona Nininha tiveram mais dois filhos que nasceram em Rondônia.  Católica fervorosa, dona Nininha encontrava tempo para a Igreja comandada pelo Padre Camaioni cuja imagem dele está na praça do Santuário Nossa Senhora de Aparecida, em Ouro Preto do Oeste.  Nininha foi Ministra da Eucaristia e participou de todas as pastorais da Igreja Católica, inicialmente, comandadas pela Irmã Maria Assunta. Já ‘seo’ Oliveiros se tornava o locutor oficial dos bingos na paróquia.

Perdas

Em outubro de 2001 dona Nininha fica viúva do ‘seo’ Oliveiros. Cinco anos mais tarde ela se casa com Argemiro Pedro Oliveira, um viúvo marceneiro que foi professor de matemática e era compadre da família. Em 15 de maio de 2017 dona Nininha fica viúva pela segunda vez.

A doença e o fim

Com Alzheimer progredindo, dona Nininha passou os últimos anos precisando de cuidados especiais dos filhos. Nos últimos dias estava debilitada. Na última segunda-feira fez uma cirurgia para colocar uma sonda para poder se alimentar. Na quarta-feira teve alta e foi pra casa. Não se sentiu bem na madrugada desta sexta-feira, voltou para o hospital e morreu.

Aos 81 anos dona Nininha deixa os filhos Lecy, Roldão, Jaconias, Juarez (in memoriam), Jandira, Jurandy, Janeth, Juliana e Julimar, além de 19 netos e 20 bisnetos.

O enterro acontece neste sábado (18/05) no cemitério Campo Santo, em Ouro Preto do Oeste.

2 Comentários

  1. Amei essa história realmente Reais foram tempos difíceis para nós, mas muito gratificante nos fez crescer diante das adversidades..Obrigada Gutierrez por sempre deixar gravado as nossas trajetórias no início da criação do Município de Ouro Preto do Oeste-RO

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