Em Ji-Paraná até o caramelo dá conselho, em Brasília o nepotismo vira química — e o resto é pura comédia da vida pública.
Roberto Gutierrez – Não é verdade que a mulher de um vereador de Ji-Paraná quebrou o pau com uma suposta rival, que seria a “namoradinha” do marido dela. Também não é verdade que a mulher do vereador perdeu o anel durante a briga.
A única dúvida, no entanto, é se depois do episódio o vereador passou a dormir no sofá ou na casinha do caramelo.
Uma fonte que só jorra asneiras jura que ouviu o caramelo cantar Raul Seixas para o vereador:
♬♪♫♩ “Hei, Al Capone, vê se te orienta! Assim, desta maneira, nego, a Câmara não aguenta!”.♬♪♫♩
Ji-Paraná tem coisa, tem coisa…
Enquanto isso, outro vereador de Ji-Paraná, apontado por uma vizinha como o munheca-ligeira do bairro — que teria sido flagrado com a mão naquilo e aquilo na mão —, enfrenta um processo que pode resultar em cassação.
Uma comissão criada para ouvir testemunhas sobre o caso está na fase das oitivas. Não há informação ainda se o presidente da comissão pedirá para ver a “arma do crime” para reconhecimento da testemunha.
Pincel não é o mesmo que brocha
Já tem quem defenda o coronel Chrisóstomo, dizendo que ele não estaria praticando nepotismo em seu gabinete em Brasília. Segundo essa versão, seria apenas um experimento que pintou uma química sobre isótopos, isótonos e isóbaros — mesmo número atômico, mesmo número de prótons e mesmo número de massa. Tá tudo em família.
Banco dos réus
O policial rodoviário federal Fabiano Menacho Ferreira, que fez três disparos de fuzil contra um Peugeot em setembro de 2023 — matando uma criança de três anos durante uma abordagem —, será julgado pelo Tribunal do Júri.
A decisão foi da Justiça Federal no Rio de Janeiro, que acolheu pedido do Ministério Público Federal.
Não era bomba
Também não era um artefato explosivo o objeto encontrado em um caminhão cujo motorista estava amarrado ao volante no Rodoanel Mário Covas, em São Paulo.
O episódio paralisou a rodovia em Itapecerica da Serra por quatro horas. O motorista teria sido vítima de um surto psicótico, ainda não confirmado. O trânsito foi liberado às 9h40 desta terça-feira (12/11).
Derrite sai derretido
O secretário Derrite saiu meio derretido da tentativa de inviabilizar a Polícia Federal e transformar organização criminosa em terrorismo. A proposta escorreu como vela ao sol — e sobrou cera pra todo lado.
Tá virando mania
É impressionante como a extrema-direita insiste em dar tiro no pé… e ainda culpa o sapato. Tentaram esvaziar o Ministério Público, fragilizar a PF e abrir uma janela para “cooperação internacional” que, na prática, seria um convite para intervenção estrangeira. Resultado? Um relatório que virou uma poça.
Pela culatra
Derrite tentou endurecer o discurso, mas terminou amolecido, pingando contradição. O texto pretendia endurecer a lei, mas acabou derretendo a própria credibilidade do autor. Se a intenção era mostrar força, o que se viu foi um derretimento político digno de micro-ondas: rápido, barulhento e impossível de consertar.
*Roberto Gutierrez é jornalista. Na comunicação desde outubro de 1976, passou por todas as mídias e há quase três décadas é editorialista e analista político.
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