A tentativa de fuga e a conjuntura que levou à prisão preventiva de Jair Bolsonaro; O minuto que mudou tudo – Coluna do Gutierrez
Por Roberto Gutierrez – Bolsonaro não foi preso no dia 22 por causa de perseguição política, mas porque houve uma tentativa de violação da tornozeleira eletrônica nos primeiros minutos do dia. À meia-noite e oito, o sistema emitiu o alerta: possibilidade de fuga.
A vigília, o condomínio e a fronteira da fuga
A Polícia Federal cruzou dados que acenderam alertas: manifestação convocada por Flávio Bolsonaro, proximidade do condomínio com embaixadas e histórico de fugas no bolsonarismo. Concluiu-se que havia risco concreto de fuga, justificando o pedido de prisão preventiva.
Os protestos e a decisão
Aliados protestaram, mas Moraes entendeu que não havia mais condições de manter a prisão domiciliar. Bolsonaro foi levado para sala especial, e a decisão será analisada pela Primeira Turma.
O fantasma do 8 de Janeiro
A PF não descartou participação de grupos armados e mobilização em massa no condomínio, lembrando os acampamentos pré-8 de Janeiro. Não era teoria conspiratória, mas risco calculado de que uma cortina de fumaça facilitasse eventual fuga.
O alerta que não se ignora
Quem já foi condenado por tentativa de golpe aciona alertas institucionais. É ingenuidade supor que uma manifestação com figuras que flertaram com a ruptura democrática não geraria suspeitas de algo maior em andamento.
*Roberto Gutierrez é jornalista. Na comunicação desde outubro de 1976, passou por todas as mídias e há quase três décadas é editorialista e analista político.
Faça um comentário