Reunião mediada por órgãos federais termina cercada pela PM; governo federal e TJ-RO são acionados em meio ao risco de confronto.
Roberto Gutierrez – Pelo menos 100 pessoas estão cercadas por um grupo da Polícia Militar de Rondônia dentro de um salão localizado a cerca de 62 quilômetros da cidade de Machadinho d’Oeste. As famílias participavam de uma reunião com um representante nacional do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Agrários, acompanhado de membros do Incra e do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).
Segundo relato de representantes do MDA, a Polícia Militar pretende levar todos os presentes para a delegacia para realizar a citação judicial conforme determinação expedida por um juiz da Comarca de Machadinho d’Oeste. A decisão estabelece que, após citadas, as pessoas devem permanecer a pelo menos 30 quilômetros da área em conflito.
Os representantes federais tentam negociar para evitar o deslocamento compulsório. Diante da postura considerada irredutível por parte da Polícia Militar e do temor de um confronto, integrantes do MDA informaram que já comunicaram o caso ao ministro Paulo Teixeira e também à Presidência do Tribunal de Justiça de Rondônia.
De acordo com interlocutores presentes, o governador Marcos Rocha teria sido informado sobre a situação e afirmou que não poderia interferir por se tratar de uma determinação do Poder Judiciário.
A situação no local permanece tensa, e servidores do Ministério do Desenvolvimento Agrário relatam preocupação com a possibilidade de avanço da tropa.
As fazendas Maruins e Santa Maria, localizadas no setor Tabajara, em Machadinho d’Oeste, fazem parte do espólio do empresário João Carlos Di Genio, fundador do grupo Unip/Objetivo, que morreu em 2022. As propriedades foram adquiridas na década de 1970. Representações de movimentos sociais afirmam que parte das terras seria pública e fruto de grilagem, mas essa informação não pôde ser confirmada pela reportagem.
Faça um comentário