Com palestras, testes rápidos e o anúncio de um novo tratamento para a doença que aumenta as chances de cura e diminui o tempo de tratamento aos pacientes, o governo de Rondônia iniciou nesta terça-feira (28), Dia Mundial de Combate às Hepatites Rivais, no auditório do Sest/Senat, em Porto Velho, ampla campanha em todos os municípios do Estado, para conscientizar a população sobre os riscos das hepatites e a importância da prevenção.
Toda campanha é coordenada pela Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), cujo tema escolhido pelas instituições parceiras para o ano de 2015 é: Silenciosa, mas perigosa. A campanha recomenda que a população não fique na dúvida, e faça o teste.
A proposta da Coordenação Estadual de Vigilância e Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids, Sífilis e Hepatites Virais da Agevisa é de intensificar as ações de educação em Saúde nos municípios, alertando a população sobre a doença e informando sobre a disponibilidade gratuita dos testes rápidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
De acordo com a coordenação da campanha, a Agevisa disponibilizará aos municípios, insumos estratégicos como preservativos masculino e feminino, testes rápidos para hepatites B, C, HIV e Sífilis e Hepatites Virais, além de materiais educativos (folders, cartazes, banners, faixas) e camisetas.
Dados do setor de estatísticas da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), apontam dez mil casos confirmados da doença em Rondônia. Deste total, 74% estão registrados em apenas 10 cidades. Elas receberão um aporte maior da campanha, tanto em divulgação como na liberação de testes rápidos que em cinco minutos dão o diagnóstico preciso sobre a doença.
O secretário estadual de Saúde, Williames Pimentel, que representou o governador Confúcio Moura na solenidade, falou que mesmo tendo o anúncio de novo tratamento para a doença que aumenta as chances de cura e diminui o tempo de tratamento aos pacientes com hepatite C, as pessoas não devem baixar a guarda. A prevenção é o melhor caminho. O tratamento não dará respostas em casos quando o fígado está totalmente condenado, ou quando a doença evoluiu para câncer, disse o secretário.
Manoel Braga, técnico do Ministério da Saúde (MS), disse que o governo federal está incorporando no Sistema Único de Saúde (SUS) o que tem de mais moderno no tratamento para a hepatite C. Com isso, o Brasil assume a vanguarda na oferta desta terapia, como já fizemos com a aids, com a oferta de antirretrovirais, afirmou Manoel.
Manoel ressaltou que o Brasil é um dos primeiros países em desenvolvimento a ofertar, de forma pública e sustentável, este tipo de tratamento. Isso se deu graças aos esforços de negociação que possibilitaram descontos de até 90% no mercado internacional.
NÚMEROS
De acordo com o presidente da Associação dos Portadores de Hepatites do Estado de Rondônia (APHR), Eudes Brasil, mais de 96 mil brasileiros foram contaminados com o vírus da hepatite B entre 1999 e 2009 e mais de 5.000 morreram pela doença, segundo dados apresentados do Ministério da Saúde (MS).
Ele deu um testemunho sobre a importância do teste. Eudes disse que descobriu a doença à época por acaso. Não tinha qualquer tipo de informação. Hoje, o trabalho de conscientização cresceu e, com certeza, muitas pessoas deixaram de ser contaminadas, disse. Curado, Eudes faz um alerta e afirma que maior parte dos casos se concentra entre indivíduos de 20 e 39 anos. Os números são de 2010 e podem ter triplicado, mesmo com a ampliação de campanhas feita pelo governo, afirma.
Dados da APHRO apontam que a transmissão da hepatite B se dá principalmente por meio de relações sexuais, acidentes com instrumentos contaminados por sangue ou pela gravidez, quando a mãe está infectada. As maiores taxas de detecção da hepatite B no período são observadas nas regiões Sul, Centro-Oeste e Norte.
HEPATITE C
Em relação à hepatite C, o total de casos confirmados de 1999 a 2009 é de 60.908, a maioria nas regiões Sudeste e Sul. No mesmo período, foram registradas 14.076 mortes em decorrência da doença. A hepatite C costuma ser chamada de doença silenciosa porque os sintomas surgem depois de muito tempo que o vírus se instalou no organismo. Em geral, os casos são descobertos acima dos 30 anos, quando a pessoa vai doar sangue.
A maioria dos portadores, no Brasil, é de pessoas que fizeram transfusão até a década de 80, quando não havia triagem para esse vírus, ou indivíduos que compartilharam seringas. Quanto mais tarde se descobre a hepatite C, piores são as consequências. Cerca de 70% dos casos tornam-se crônicos e até um quarto deles evoluem para cirrose hepática, quando não há tratamento adequado.
Fonte
Texto: Zacarias Pena Verde
Fotos: Ítalo Ricardo
Decom – Governo de Rondônia
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