Padre que já foi prefeito e que tem condenação de 18 anos de cadeia por ter mandado matar duas pessoas no Paraná, usava documento falso e trabalhava como frentista, num posto de gasolina na cidade de Jaru, em Rondônia, distante 300 quilômetros da Capital Porto Velho. Adelino Gonçalves, de 59 anos de idade, foi preso na manhã desta sexta-feira por policiais da cidade de Presidente Médici, onde o padre morou. Os policiais cumpriram o mandado de prisão expedido por juiz da comarca em Cruzeiro do Oeste, no Paraná, onde ele foi condenado. Participara da ação o delegado Evandro Kaovalhuk de Macedo com apoio de policiais de Jaru.
Adelino Gonçalves ficou preso por oito meses até o julgamento e teria de cumprir pena de 18 anos e um mês. O padre saiu do tribunal do júri algemado direto para a prisão, na qual permaneceu por três meses até obter habeas corpus em julho de 2009. Desde então e se tornou um foragido até ser encontrado em Rondônia.
O ano era 2001. Padre Adelino era o prefeito de Mariluz, cidade interiorana do Paraná. Ele acabou sendo o principal suspeito da morte do vice-prefeito dele, o empresário Aires Domingues e do presidente do PPS local, Carlos Alberto de Carvalho, o Carlinhos.
Oito anos mais tarde o caso foi a júri popular na cidade de Cruzeiro do Oeste. O jurando considerou o padre culpado pela morte dos dois. No banco dos réus estavam outras três pessoas: um deles, Élcio Farias, foi condenado a 10 anos, Alexandro Nascimento foi absolvido e José Lucas Gomes, que teria atirado nas vítimas. Esse último morreu na cadeia antes de ser julgado.
O Crime
O crime aconteceu em uma noite de Quarta-feira de Cinzas. Na época, o padre estava começando o mandato como prefeito de Mariluz. As vítimas participavam
de uma reunião política quando foram surpreendidas por um homem, que chegou atirando. Domingues morreu no local. Carlinhos levou vários tiros tentando fechar a porta e ainda ficou alguns dias internado, mas não resistiu. Porém, antes de morrer prestou depoimento e revelou o que teria acontecido naquela noite à polícia.
Segundo informações, no processo contra o padre, consta que Carlinhos teria feito gravações de conversas e possuía material que acusava o religioso de abuso sexual contra menores em Mariluz. Conforme as investigações, temendo ser denunciado, o padre teria articulado o assassinato de Carlinhos, mas quando o pistoleiro chegou ao local se deparou também com Aires e resolveu matar os dois. O padre negou as acusações.
Folha de Rondônia News
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