Cartões de crédito terão que usar cotação do dia da compra

O Banco Central modificou a regra: a partir de março de 2020, a cobrança dos gastos feitos no exterior com cartão de crédito serão convertidos para o real pela cotação do dólar do dia da compra.

A proposta não é nova — desde novembro de 2016, os cartões já podem oferecer essa opção ao cliente. Os grandes bancos, porém, não mexeram um músculo sequer para implementar essa alternativa. Dos grandes bancos, só a Caixa tem cartões com opção de conversão pela cotação do dia da compra.

Por que a cobrança pela cotação do dia da compra é melhor?

Cobrar pela cotação do dia da compra traz uma maior previsibilidade para quem usa cartão de crédito no exterior. Hoje (e até março de 2020), quando fazemos um gasto no cartão no exterior, estamos assinando um cheque em branco. Só saberemos o valor da conta em reais na data do vencimento da fatura, quando a conversão será feita. E mesmo essa conversão ainda será ajustada no dia do pagamento — se o dólar subir ou descer, a diferença será cobrada ou devolvida na fatura seguinte.

Em suma, o sistema atual é uma grande maluquice. E com isso, o cartão de crédito, que é a maneira mais moderna, prática e evoluída de fazer compras no exterior, deixa de ser um meio de pagamento utilitário para se tornar uma espécie de ‘dinheiro de luxo’.

Eu realmente não entendo como os bancos não conseguem ver o quanto o sistema de cobrança pela data de vencimento afasta as pessoas dos cartões. É impossível que a loteria cambial seja mais rentável para os bancos e administradoras do que atrair mais pessoas para o uso dos cartões no exterior.

Tomara que a obrigatoriedade de mudança de sistema traga alguma competição para ver quem sai na frente. Banco Tal, o primeiro grande banco que converte seus gastos no exterior pela cotação do dia compra.

Mais transparência nas cotações

Um ponto da nova regulamentação divulgada pelo BC é bastante positivo: os bancos serão obrigados a tornar pública a cotação do dólar praticada a cada dia. A cotação será definida na véspera e valerá para o dia seguinte inteiro — ou seja, não haverá variação da cotação ao longo do dia, como acontece nas casas de câmbio.

Se você tiver cartões de bancos diferentes, poderá escolher qual cartão usar de acordo com a cotação do dia, sem surpresas.

“Ah, mas agora não vai ter mais devolução quando a cotação baixar”

É impressionante a capacidade que alguns têm de só valorizar o que pareça negativo.

A função de devolver a diferença cambial — em caso de queda do dólar entre o vencimento e o pagamento da fatura — sempre existiu.

O que muda nos cartões de débito e pré-pagos?

Os cartões de débito direto da conta corrente já têm seus gastos convertidos pelo dólar do dia da compra.

E os cartões pré-pagos (tipo travel money) nunca tiveram esse problema do câmbio. O câmbio é feito no momento da compra da moeda, pela cotação do dia, obviamente. O IOF também é cobrado na hora do carregamento do cartão. Quando você faz gastos num país com outra moeda (por exemplo: usa um cartão pré-pago carregado com dólares para fazer compras em pesos chilenos no Chile), o gasto é convertido pela cotação do dia entre a moeda do cartão (no caso, o dólar) e a moeda local (no caso, o peso chileno).

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