Hidrelétricas: Esqueceram de processar São Pedro

(Roberto Gutierrez) O galho não quebra onde é mais fraco, às vezes quebra a onde tem mais dinheiro, principalmente quando se tem uma turma que adora jogar para a galera, tem culpa no cartório e acha que está fazendo grande coisa. Vou explicar o resumo da ópera das enchentes, ou pelo menos tentar.

A maioria das instituições que está acionando os consórcios responsáveis pelas hidrelétricas Jirau e Santo Antônio como responsáveis pela enchente história do rio Madeira poderia se auto intimar no caso. Se as barragens “são responsáveis pela catástrofe”  Os ministérios Públicos e a defensoria foram omissos porque não fiscalizaram? O Poder Judiciário, que assinou a liberação da obra também?. O Ibama que aprovou os projeto, inclusive de impacto ambiental comeu casca de banana?

Agora, a Justiça de Rondônia decide que os Consórcios têm que bancar as despesas dos desabrigados e cobrir todo o prejuízos.

É bom por um lado, porque se depender prefeito devagar quase parando da Capital e do governador da cooperação dos dossiês de quem ousar dizer que é candidato a governador, esse povo vai morrer à míngua.

Acontece que esqueceram de processar a Cordilheira dos Andes, São Pedro, responsáveis pelas chuvas, os lençóis freáticos incompetentes que não conseguem absorver toda a água das chuvas e um pobre seringueiro bolivianinho descendente de cearense que fez xixi no rio Beni.

Não precisa ser um gênio da engenharia para perceber que o lago das duas barragens é pequeno e, por isso, por mais que quisessem não conseguiriam armazenar toda água que desce do Madeira! É muita ignorância pensar dessa forma.

Ora bolas – isso é um fato excepcional que já aconteceu em outras épocas, mas não causou esse problema todo porque Rondônia não passa de 30 mil habitantes.

Em Roraima também está tendo enchente história. Enquanto isso, os reservatórios de água da Região Sudeste, que abastecem as populações urbanas com água,  estão em nível historicamente baixo. Será que não perceberam que isso é atípico e tem a ver com clima e não com barragem?

Lamentavelmente, sobre forte grau de desinformação, ou vontade de fazer alguma coisa, ou porque está mais preocupado com a opinião pública, colocaram as barragens como as vilãs da catástrofe. Esquece o Ministério Publico de pegar no pé dos prefeitos que fazem vista grossa ao deixar o povo invadir áreas de risco. Esqueceu o MP e o Judiciário de pressionar para que os recursos sobre as compensações dos impactos ambientais poderiam ser usados para retirar o povo de área de risco, inclusive, o próprio Tribunal Regional Eleitoral (hehehe).

Na época inventaram uma CPI das Usinas, mas foi só para tentar extorquir dinheiro para campanha política. Alguém deve ter pensado: poxa só vai dinheiro para a campanha da Dilma “nóis também qué porque ninguém é bão suziho”.

O problema é grave. Algo precisa ser feito, mas culpar a usinas é desespero.

Caramba, do mesmo jeito que o governo federal ajudou o Rio de Janeiro com a tragédia dos deslizamentos, será que não é possível ajudar Rondônia, Acre e parte do Amazônia?

Quanto aos três cantos que estão fazendo com as Usinas,  eles vão conseguir se defender, provar que não fizeram nada de errado e quem vai ficar com cara de tacho é a justiça de Rondônia, além do MPF e MPE e Cia.

Pior é que nada me leva a acreditar que a situação dos atingidos pelas cheias, as pontes, estradas rurais, prejuízos nas lavouras e pecuária terão uma solução. Essa é a hora das bancadas do Acre, Rondônia e Amazonas se unirem e bater panela no gabinete da Tia Dilma, aí, que sabe, termos alguma solução a curto prazo. Vamos aproveitar em nosso favor que as grandes redes de Televisão estão falando sobre o nosso martírio.

4 Comentários

  1. Pois é, Gutierrez, quando catástrofes acontecem, fica difícil encontrar os culpados. Cada qual quer sair de banda, e olha que felizmente não houve vítimas fatais nesse episódio das enchentes do Madeira. Caso houvesse, as trocas de acusações e “pegar alguém para judas”, seriam multiplicadas exponencialmente!
    Se as causas das enchentes são naturais, não adianta querer extorquir ninguém. Veja, que até alguns hermanos bolivianos já manifestaram a intenção de auferir indenizações do Brasil, pela perda de “su ganado” e outros bens, e há relatos de que pessoas lá foram a óbito por conta das inundações na região do Beni, e que eles estariam atribuindo tal dilúvio às Usinas. Agora autoridades de Porto Velho, MPE e MPF, e também a OAB resolveram apertar o cerco aos consórcios das usinas para que assumam também o ônus da grande inundação, amparando e ressarcindo as vítimas dos prejuízos, que não são poucos. Penso que, ao invés dessa pressão, o momento seria de unir estas forças, que detém o poder, principalmente o Judiciário, para pressionar o Governo Federal a prestar socorro mais imediato e melhor aos que foram atingidos, e mais ainda aos que estão sofrendo agruras pelo isolamento por conta do bloqueio das estradas, tomadas pelas águas. Não seria necessário o governador Confúcio, que a estas alturas já perdeu os últimos fios de cabelo, apelar para que fosse enviado para cá um avião militar de grande porte. A FAB possui vários C-130 Hercules, com grande capacidade de passageiros e carga, basta a presidente (a) autorizar! Não é tão fácil a ministros e parlamentares requisitarem jatos oficiais para viagens “a serviço?” ou para serem servidos! Agora, esse negócio de quem tem culpa no cartório, melhor seria ao menos esperar as águas do Madeirão baixarem.

  2. Não é próprio dos politicos a sensatez. Não é próprio dos manipuladores da massa desinformada a justa explicação. E então, meu caro Roberto, nada obsta o próximo ato desse ridículo teatro. E nos créditos finais ficam os que perderam anos de trabalho, os que vão adoecer, os que vão reclamar até a próxima enchente. Quanto a processar São Pedro, acho ação vazia. Até porque Jesus Cristo foi um dos que primeiro advogou – no conhecido caso de Maria Madalena.
    Pensou, no entanto,porque na clara e evidente inocência, o consórcio deixa o pescoço no canino do vampiro?

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