* Roberto Gutierrez – Pelo que tenho observado nos corredores do Direito rondoniense, percebo que, pela primeira vez na história da OAB de Rondônia, essa eleição será decidida pelos advogados do interior do Estado composto por 51 municípios.
A maior concentração de advogados está na Capital – Porto Velho. Talvez, pensando nisso, a Chapa ‘Todos pela Ordem’ tenha optado por colocar um vice da Capital, além do presidente que tenta reeleição. Estou falando sobre Andrey Cavalcante, e sua vice, Maracélia Oliveira.
Se essa estratégia fosse uma partida de xadrez, poderia ter como ingrediente a certeza dos estrategistas de Andrey, de que estariam perdendo espaço na Capital para o opositor da Chapa ‘OAB Ativa’ representada por Ernande Segismundo à presidência, e Niltom Marena, de Ariquemes, na condição de vice.
O problema é que a disputa na Capital estaria tecnicamente empatada, com uma leve vantagem para Segismundo, que em tese, por contra da própria estratégia do grupo de Andrey, deixa claro, ao indicar um vice da Capital, que estaria em desvantagem no maior colégio eleitoral. Mesmo porque Andrey tem um ‘pequeno problema doméstico: é a candidatura da chapa ‘Advogado não foge à Luta’, composta por Juacy dos Santos Lura Júnior à presidência, e Márcia Berenice Simas Antonetti a vice – ambos da Capital. Não é novidade para o meio do Direito que essa chapa é formada por dissidentes de Andrey. Estiveram juntos na eleição dele e, por alguma incompatibilidade de impossibilidade filosófica, percebe-se que na atualidade não encenariam um final feliz – talvez um Programa do Ratinho. O detalhe é que essas duas capas nadam na mesma praia, ou seja, racham um eleitorado que foi deles quando eram felizes e não sabiam. Isso já estaria acontecendo com os votos nas cidades de Ariquemes e Cacoal – neutralizando os esforços dos dois.
Em contrapartida o numero e a qualidade de apoiadores à campanha de Segismundo, como a participação de ex-presidentes, advogados da velha-guarda e muitos jovens promissores estão incorporando a personagem de militância, ou seja, indo à luta para pedir votos. São várias frentes de trabalho. Isso talvez possa fazer a diferença, pois agora, a campanha ganha cidades do interior na busca dos votos que farão a diferença para a chapa vitoriosa.
Não ouso dizer que a estratégia do grupo do jovem Andrey tenha sido a mais acertada, mas, não ter um vice do interior, poderia ganhar ares de colegiado de menor importância de densidade eleitoral. Neste aspecto poderia ser despertado sentimento de bairrismo interiorano num momento em que duas chapas que não se bicam são da Capital. Também não vou entrar no mérito do desgaste natural de ser presidente em Reeleição, mas não se pode negar que isso também gera desconstrução e perda de tempo para dar explicações.
Se eu tivesse que apostar dinheiro nesta disputa, não teria dificuldades de acreditar na vitória da Chapa OAB Ativa. Percebo nela vantagens como consistência, argumentação estratégia e militância. Caramba, para Dom Moacyr Grechi falar bem de um advogado, no caso Segismundo, é algo a se pensar.
* Roberto Gutierrez é jornalista e faz análise política
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