Veja quem é quem hoje no Congresso Nacional quando Dilma agoniza

Residência oficial da Vice-Presidência, o Palácio do Jaburu tornou-se local de peregrinação
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Michel Temer (PMDB-SP)
Herdeiro da faixa presidencial caso Dilma sofra o impeachment, o vice se mantém neutro em falas públicas. Nos bastidores, é cortejado e conversa com empresários e parlamentares de oposição e da base de Dilma.

José Serra (PSDB-SP) — Sem espaço para concorrer ao Planalto pelo PSDB, declarou que se empenharia para ajudar um governo Temer. É cotado para um ministério e poderia ir para o PMDB.

Geraldo Alckmin (PSDB-SP) — Combate o rótulo de “golpe” para o impeachment e conversa com Temer. Auxiliaria um “novo” governo, mas fora da linha de frente. Pretende concorrer à Presidência em 2018.

Aécio Neves (PSDB-MG) — Apoia o impeachment. Até agora, não mergulhou nas articulações. Seu grupo apostava na queda da chapa Dilma—Temer no TSE para chamar novas eleições. Junto com Alckmin, aguardaria a sinalização de que Temer não concorreria à reeleição.

PP, PR, PTB, PRB, PSD e PDT — São partidos que integram a base de Dilma, mas com alas oposicionistas que defendem a saída da petista do Planalto. Estes grupos conversam com interlocutores de Temer.

Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
Preocupado em salvar seu mandato, é apoiado pela oposição para usar sua bancada a favor da queda de Dilma. Temer mantém distância estratégica do presidente da Câmara, denunciado por corrupção na Lava-Jato.

Paulinho da Força (SD-SP) — Líder da tropa de choque de Cunha, incentivou o aliado a aceitar o pedido de impeachment.

PSC — O líder na Câmara, André Moura (SE), é um dos deputados mais afinados com Cunha e pró-impeachment. Os caciques do partido aceitariam espaço num governo de conciliação.

DEM e PPS — Ambas as siglas já defenderam o afastamento de Cunha, insistem no discurso, mas ficaram satisfeitas com o impeachment. Os líderes Mendonça Filho (DEM-PE) e Rubens Bueno (PPS-PR) evitam anunciar participação em um governo Temer, mas aguardariam um convite.

Carlos Sampaio (PSDB-SP) — Líder tucano na Câmara, já pregou o afastamento de Cunha e centra esforços pelo impeachment. Afirma que o PSDB ajudaria Temer a ter maioria no Congresso, mas sem espaço na Esplanada.

Renan Calheiros (PMDB-AL)
O presidente do Senado criticou a carta de Temer a Dilma. Sem adesão de Renan, não há impeachment, já que ele controla uma base com cerca de 30 senadores e impediria o processo de afastamento.

Álvaro Dias (PSDB-PR) — Ex-governador do Paraná, o senador é contrário a apoiar Temer caso o impeachment ocorra. Seu grupo no partido prefere continuar na oposição.

PSB, Rede e PSOL — Partidos independentes, por ora conservam posição contrária ao impeachment de Dilma, em especial o PSOL. De olho em 2018, sustentam o discurso de que permaneceriam na oposição caso Temer assuma a Presidência.

 

As divergências que rondam o ninho tucano

O PSDB vive um dilema. Apesar da adesão ao impeachment, o maior partido de oposição do país diverge sobre participar ou não de um governo Temer, caso Dilma Rousseff seja afastada. Os tucanos calculam a rota de voo para 2018 com base em cenários de sucesso ou fracasso de Temer e a provável candidatura do PMDB ao Planalto.

O êxito do atual vice o tornaria candidato à reeleição ou daria força ao PMDB para fazer o sucessor, o que não interessa aos tucanos. A simples assunção de Temer não resolve a inflação alta e o desemprego. Neste caso, o governo obrigado a adotar medidas impopulares traria desgaste. O PSDB adia o debate, já que a guerra do impeachment está longe do fim.

— Vamos apoiar os movimentos de rua favoráveis ao impeachment, mas com absoluta serenidade. Não queremos transformar isso em um grande Fla-Flu — afirmou Aécio, presidente nacional da sigla.

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