PF prende Paulo Bernardo, ex-ministro de Dilma e Lula

Ex-ministro Paulo Bernardo foi preso pela Polícia Federal nesta quinta-feira
Ex-ministro Paulo Bernardo foi preso pela Polícia Federal nesta quinta-feira

Em nova operação da Polícia Federal, o ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento e Comunicações nos governos Lula e Dilma), marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), foi preso nesta quinta-feira (23), em Brasília. A ação decorre de fatiamento que ocorreu na investigação que estava no Supremo Tribunal Federal. A operação de hoje foi batizada de Custo Brasil.

O caso teria relação com os desdobramentos da operação Lava Jato, que apura um esquema do chamado “Fundo Consist”, empresa que teria atuado no desvio de recursos de empréstimos consignados do Ministério do Planejamento – que era comandado por Paulo Bernardo. É um desdobramento da 18ª fase da Lava Jato, que investiga pagamento de propina, na ordem de R$ 100 milhões, proveniente de contratos de prestação de serviços de informática entre 2010 e 2015.

O ex-ministro da Previdência Social de Lula, Carlos Gabas, e jornalista Leonardo Attuchl, dono do site “Brasil 247”, são alvos de condução coercitiva.

Ministro da Previdência Social, Carlos Gabas
Ex-ministro da Previdência Social de Lula, Carlos Gabas. Foto: Antônio Cruz – Agência Câmara.

Também é alvo de buscas a sede do PT nacional, em São Paulo. Advogados já foram acionados pelo partido para tentar acompanhar a operação. Já a senadora Gleisi Hoffmann não está na mira da PF nesta operação, apesar de buscas em sua casa em Curitiba.

Do total de mandados, 11 são de prisão preventiva, 40 de busca e apreensão e 14  de condução coercitiva, quando a pessoa é levada a prestar depoimento, nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal. Essa operação é determinação da 6ª Vara Criminal de São Paulo.

Os investigados responderão, de acordo com suas ações, pelos crimes de tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas de 2 a 12 anos de prisão.

Denunciados em maio

O ex-ministro, a senadora e o empresário Ernesto Kugler Rodrigues, de Curitiba foram denunciados pela Procuradoria Geral da República em maio deste ano. Paulo Bernardo e Gleisi foram denunciados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O inquérito policial concluiu que os dois receberam R$ 1 milhão de propina de contratos firmados entre empreiteiras e a Petrobras. O valor teria sido utilizado para custear as despesas da eleição dela ao Senado em 2010.

A Procuradoria sustenta que o então ministro solicitou a quantia em favor da mulher diretamente ao engenheiro Paulo Roberto Costa, na época diretor de Abastecimento da Petrobras e um dos articuladores do esquema de corrupção na estatal indicado pelo PP. Preso em 2014, Costa fez delação premiada.

O doleiro Alberto Youssef, que também fez delação, operacionalizou o pagamento. Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o doleiro administrava o caixa de propinas do PP de onde saíram os valores em questão.

Atualizada às 8h49

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