O projeto de Carne Carbono Neutro (CCN), elaborado pela Embrapa, utiliza a plantação de florestas para sequestrar a emissão de carbono e foi idealizado para atender à demanda de consumidores, tanto nacionais quanto internacionais, que exigem produção sustentável de carne e que permaneça com a mesma qualidade.
De acordo com dados da Embrapa Pecuária Sudeste, das 48 gigatoneladas de gases de efeito estufa emitidos pelo mundo todo, 2,59% são emitidos pelo Brasil e 0,83% pelas atividades agropecuárias do país.
O engenheiro agrônomo e consultor da Boviplan Consultoria, Rodrigo Paniago, em entrevista ao Canal do Boi, afirma que a pecuária brasileira tem aumentado produção e reduzido o uso de área de pastagem. “O produtor tem que ter visão estratégica no negócio. Ele não pode ser reativo à demanda do mercado. O mercado exige uma carne sustentável”.
Paniago é fundador da Associação de Produção Pecuária Sustentável (APPS) e, para implementar a prática de produzir carne de maneira sustentável, em conjunto com a Boviplan e a ONG WWF, lançou o “Programa BPA Nascentes do Pantanal no Mato Grosso do Sul” que pretende oferecer capacitação com vagas para criadores de gado, responsáveis técnicos e funcionários das fazendas para produzir com eficiência utilizando protocolos brasileiros consolidados no mercado. “Nossa ideia é pegar o que fazer e mostrar ao produtor como fazer”, afirma o consultor.
Pecuaristas que aderem ao método de produção sustentável recebem incentivos fiscais do estado de Mato Grosso do Sul, pioneiro na prática. O programa tem duração de um ano e meio e a adesão é gratuita. “Basta o produtor procurar o seu sindicato, o de Campo Grande, Corguinho e Rochego é o mesmo, e o sindicato de Rio Negro, têm uma ficha cadastral para se inscrever. Quanto mais ativo for o produtor no programa, mais pontos tem para ser candidato às vagas das atividades mensais que acontecerão nessas regiões”, esclarece Paniago.
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