Parlamento Europeu discute ameaças à democracia brasileira

Organização política alemã sem fins lucrativos que tem como princípios fundamentais a democracia, os direitos humanos e a sustentabilidade, a Fundação Heinrich Böll promove um debate sobre o “atual estado da democracia no Brasil” em Bruxelas, sede do Parlamento Europeu, nesta quarta-feira (6).

A ideia é ouvir o que ativistas brasileiros têm a dizer sobre as instituições nacionais para permitir que os parlamentares europeus compreendam a situação brasileira e estudem, se julgarem necessário, medidas para garantir o respeito aos direitos humanos e à democracia no Brasil. Entre os convidados para o debate, comenta-se até que essa poderia ser uma exigência de futuros acordos firmados entre o Brasil e os países europeus.

Representante brasileira da Heinrich Böll, Marilene de Paula explicou que o intuito da fundação é promover o diálogo, que é a base da democracia, entre a sociedade civil brasileira e o Parlamento Europeu. É um trabalho que, segundo ela, acontece há 20 anos, mas agora ganha um novo capítulo por conta dos riscos aos direitos humanos e ao meio ambiente que têm sido relatados pela população brasileira.

“Há interesse de instituições e parlamentares sobre o que está acontecendo no Brasil em termos da crise ambiental e de direitos humanos. Por isso o convite do nosso escritório em Bruxelas”, explica Marilene, contando que a Heinrich Böll levou um grupo de oito ativistas brasileiros para uma “rodada de conversas no Parlamento Europeu”.

Entre os convidados, estão representantes dos movimentos ambientalista, indígena, negro e feminista, além da professora Tatiana Roque, que foi à Bruxelas representando a ciência brasileira. “São representantes de diferentes movimentos brasileiros que estão sofrendo ataques nesse momento. Vamos ter várias conversas no Parlamento e na Comissão Europeia com eurodeputados e pessoas encarregadas de comissões. E um dos nossos objetivos é mostrar que o Brasil vive um processo de autoritarismo e desmonte da democracia, mostrar os diferentes ataques às instituições da sociedade civil e à pesquisa, como o que aconteceu no Inpe”, contou a professora de matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que elaborou uma lista, com a ajuda de usuários da internet, de medidas do governo brasileiro que podem configurar autoritarismo para apresentar ao Parlamento Europeu.

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