Dada largada para eleições 2022 – veja como fica – Coluna do Gutierrez

Em 2022 teremos em disputa uma vaga de senador, uma vaga para governador e vice, oito vagas para deputado federal e 24 vagas para deputado estadual. Veja as probabilidades com os principais personagens.

Personagens

As nominatas de candidatos a deputados Federal e Estadual não terão muitas novidades: quem está com mandato vai tentar reeleição e nomes que se despontaram nas eleições municipais, inclusive, alguns vereadores eleitos, poderão ousar numa disputa de deputado estadual. Entre os federais, apenas Leo Moraes (Progressistas-RO) poderia alçar voo numa candidatura para Governo. 

 Marcos Rocha 

O governador Marcos Rocha tentará reeleição num cenário em que o Presidente Bolsonaro poderia ou não se dar ao luxo de ficar isento de apoiar alguém em Rondônia, haja vista a pequena quantidade de votos que o Estado representa para uma eleição presidencial. Esse apoio dependeria mesmo de como ficaria a composição nacional de sustentação a Bolsonaro. O senador Marcos Rogério (DEM-RO) é vice-líder do Governo no Congresso. Que fique claro: não há nada, aparente, do Presidente Bolsonaro contra Marcos Rocha. A conjectura se faz por uma questão de comodidade ou estratégia.

Sem crachá

Se o atual Governador conseguir andar sozinho, a pé, sem seguranças e sem crachá em qualquer rua comercial de Rondônia e ser reconhecido por onde passar, significa dizer que ele estará pronto para ser candidato à reeleição com boas chances de sucesso. Essa popularidade não se constrói do dia pra noite com o perfil à lá ‘pastor’. Se a assessoria não rever à forma, de nada adiantará um conteúdo de bom moço temente a Deus. Alguém precisa avisá-lo que é preciso pegada, atitude, liderança e que Deus nos deu livre arbítrio e todas as ferramentas para ir à luta! Colocar à responsabilidade de Deus tudo que dá certo ou de errado revela falta de segurança e coragem para assumir a vida que nos foi dada como dádiva para um dia prestar contas dela. Pelo menos essa é a síntese cristã. 

 

Senado 

Jaime Bagattoli  poderá sair novamente candidato ao senado e aproveitar o universo da extrema Direita em Rondônia para apoiá-lo. Se fossem duas vagas, a esperança de eleger seria bem maior.  

 

Grupo PSDB e DEM 

Complicada mesmo fica a situação do grupo que envolve PSDB e DEM. Ambos têm dois nomes para governador e um dos nomes não poderá sair candidato a Senador porque a vaga em disputa deverá ser mesmo do prefeito reeleito de Porto Velho, Hildon Chaves, isso, sem contar, ainda, o deputado Laerte Gomes que apareceu em vários palanques vitoriosos e ganhou notoriedade estadual. 

Governadoraveis 

O Senador Marcos Rogério (DEM-RO) e o ex-senador Expedito Júnior (PSDB-RO) precisariam se entender para saber quem representaria o grupo para governador de Rondônia?  

Um tucano no ninho

Qual seria a pretensão do deputado Laerte Gomes (PSDB) em 2022? Sairia à reeleição e apostaria todas as fichas para assegurar a presidência da Assembleia Legislativa em 2023?  Sairia candidato a deputado federal? Ousaria uma candidatura ao Senado? (para isso acontecer teria que haver um racha entre DEM e PSDB – pouquíssimo provável? – não sei, mas a vaga é do Hildon). … Ou Laerte cresceria tanto, ao ponto de ser visto por outros grupos como possível nome ao Governo de Rondônia? 

Esse grupo tem ainda nomes como João Gonçalves Júnior (PSDB), prefeito reeleito de Jaru, e Alex Testoni (DEM), prefeito eleito de Ouro Preto do Oeste. Ambos milionários e com grande potencial político.  

 Ivo Cassol

Alguém poderia perguntar: e o Cassol? – o ex-senador Ivo Cassol (Podemos-RO) está fora do processo eleitoral até 2030, quando ele estará liberado na flor da terceira idade, aos 71 anos. Em tese, o candidato dele poderia ser um indicado pelo próprio PP ou Léo Moraes (Podemos). A não ser que Jaqueline Cassol seja candidata novamente ao governo.

 Daniel Pereira

O ex-governador Daniel Pereira (Solidariedade) é outro nome visto como pré-candidato a governador em 2022. De aptidão mais de centro do que esquerda, Daniel não dirá nada antes do momento. Atualmente ele é um entusiasta do movimento Governança Colaborativa. Um sistema que reúne todos os seguimentos possíveis da sociedade para contribuir para o desenvolvimento das cidades, como se fosse uma espécie de conselho que, em tese, se tornaria um braço direito de uma administração.

E o MDB?

O MDB, apesar de ter feito grande número de vereadores e prefeitos, dificilmente lance candidatura própria porque poderia indicar o vice do grupo PSDB e DEM. O embrião desse ensaio de pacto pode ter nascido em Ji-Paraná, com o apoio de Marcos Rogério e Laerte Gomes a Isaú Fonseca, o prefeito-eleito para os próximos quatro anos.

Léo Moraes 

O terceiro nome que deverá concorrer ao governo de Rondônia em 2022 é deputado Léo Moraes (Podemos-RO); tanto que, por questão de estratégia, desistiu do projeto de sair candidato a prefeito de Porto Velho e apoiou Cristiane Lopes (PP), segunda colocada.  

A participação dele como cabo eleitoral nessa campanha, deu a Léo Moraes um ar de vitória pessoal, apesar da derrota da candidata dele.  Para Léo Moraes, Cristiane não ter sido eleita não foi de tudo ruim: daqui a dois anos o eleitorado não lhe encherá de cobranças por algo não realizado. Não se esqueça: Porto Velho é um saco sem fundo das necessidades e de um perfil eleitoral bem diferente, se comprado com o interior: – isso porque muitos bolsões de necessidades podem ser levados a mudar de opinião da noite pro dia. 

Desgaste zero

Nesta campanha Léo Moraes não se desgastou, refez trajetos de reencontros com as bases; ficou claro que teve poder de convencimento para transferência de confiança, assegurou Cristiane como sustentação ao projeto Governador 2022, e manteve seu nome em situação privilegiada de coadjuvante. – Isso tudo, com uma boa estratégia de marketing, poderia render a ele um apelo com ares de bairrismo portovelhense em 2022: desde Piana a Capital nunca mais elegeu um governador. – Mesmo não tendo nascido em Porto Velho, mas, podendo dizer que, desde de recém-nascido, vivendo no São João Bosco. 

 

Quem o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) apoiaria para Governador? 

O PDT, do senador Acir Gurgacz, poderia lançar candidatura própria, indicar um vice para composição ou apoiaria uma candidatura apenas? 

Tanto Léo Moraes como o atual Governador não abririam mão da sustentação do PDT que possui grande estrutura no interior, leia-se Senador Acir. Aliás, o interior de Rondônia, é o ponto fraco desses dois pretendentes ao governo de Rondônia e qualquer estrutura de apoio nesse campo seria bem-vindo a qualquer candidatura. 

Prefeitura demais pode não ser nada

No atual modelo político, que envolve, também, o mundo virtual, não basta ter uma, duas ou 20 prefeituras como base de sustentação porque elas sempre serão objeto de críticas no mundo virtual – leia-se redes sociais. Não se pode negar que as prefeituras abrem espaço para acomodar apoiadores, mas, antes de mais nada, é preciso ter o discurso certo, identificação com os anseios populares e, seguindo na contramão desse conceito, não há máquina administrativa que dê jeito. Não esqueça de uma coisa: o mundo silencioso das redes sociais, grita mais alto aqui fora ou por razão quase que absoluta, ou até quando se é levado ao conceito bizarro das informações falsas ou meias verdades 

 

Eleição em Ji-Paraná, um capítulo à parte.

Em Ji-Paraná de onde saem nomes como o Senador Acir Gurgacz (PDT), Senador Marcos Rogério (DEM) e o deputado Laerte Gomes (PSDB) – nomes com poder de influência nas composições para 2022 –  a disputa doméstica pela prefeitura revelou aspectos interessantes: No começo, o DEM e PSDB haviam selado composição para apoiar o PDT no projeto de sucessão de Marcito Pinto. 

Tanto Isaú, como Marcos e Laerte, sabiam que a divisão com muitos candidatos favorecia Marcito Pinto. A solução seria apoiar o PDT e garantir apoio para o projeto governador 2022. Com o afastamento de Marcito em situação ainda sob investigação, o DEM assumiu a prefeitura com o substituto imediato Affonso Cândido – o então presidente da Câmara. Em tese, o espaço político aberto para o DEM e o próprio PSDB de Laerte, que era do PDT com uma reeleição desenhada como quase garantida, se traduziu de uma hora para outra em sustentação política para o grupo que apoiou o MDB no projeto da eleição Isaú prefeito. 

Força

Mesmo baleado perante a opinião pública, o PDT, isolado, não podia ficar fora do processo eleitoral, até mesmo para salvaguardar sustentação aos candidatos a vereadores.  

Com menos de 30 dias úteis de campanha apenas, o PDT lançou Julian Cuadal candidato a prefeito. Em tempo recorde, transformou alguém desconhecido do grande público numa das maiores novidades positivas da campanha que foi disputada com seis candidatos. O Resultado foi quase 15% dos votos ficando em quarto lugar numa variação de diferença de 5% para o segundo colocado. 

Potencial comprovado

Observa-se, ainda, que do PDT de Acir Gurgacz, que revelou Marcos Rogério, Sílvia Cristina e Airton Gurgacz ex-deputado e ex-vice-governador, que contribuiu com as eleições de José Bianco e Jesulado Pires prefeitos, coloca agora no cenário Político Julian Cuadal que, a partir desse processo eleitoral, não será mais um desconhecido do público.  

Perspectivas

Aliás, desse processo eleitoral, Ji-Paraná tem a possibilidade de reeleger os deputados Jhony Paixão e Laerte Gomes, e de eleger João Durval e Julian Cuadal deputados. Isso porque o potencial de votos desses personagens poderá fazer frente na legenda dos partidos aos quais pertencem. 

Ouro Preto do Oeste

Apesar de ter ficado na segunda colocação, com uma diferença de 290 votos para o vencedor, Vagno Panisoly, o padeiro que virou prefeito há quatro anos, tende a disputar uma candidatura de deputado estadual em 2022. O problema é que Ouro Preto sozinho, não consegue eleger um deputado estadual. Precisa buscar votos em uma abrangência maior, ainda mais tendo como concorrentes o ex-deputado federal Carlos Magno e o ex-deputado estadual Marcelino Tenório, ambos com base em Ouro Preto, mas, com potencial de capitanear votos em toda a região, em especial, Magno, que foi muito bem votado para o senador há dois anos. Ele apoiou o prefeito Vagno Panisoli, e Marcelino Tenório apoiou o prefeito-eleito Alex Testoni.

 

 Candidaturas para salvar partidos

A exemplo do que aconteceu nas eleições municipais deste ano (2020), com recorde de candidatos a prefeito, em 2022 a quantidade de candidatos a governador também será significante. O motivo é o mesmo: os partidos não podem mais se unir para lançar candidaturas ao legislativo. 

Desafios 

Construir uma lista de um único partido com candidatos a deputados estadual e federal não é tarefa fácil, ainda mais tendo que manter 30% das vagas destinadas a mulheres. – é difícil encontrar mulheres dispostas a serem candidatas e com possibilidade de serem bem votadas.  

Concorrência

Isso acabará forçando a maioria dos partidos a lançar candidatos a governador e a presidente da República. Partido que tem candidatura majoritária, proporciona pelo menos 6% de votos na legenda que são somados aos votos dos candidatos a deputados para aferir se atingiu o consciente eleitoral.   

Importância

Em Ji-Paraná, por exemplo, 3.010 votos foram computados para legenda. Em Porto Velho foram 10.406 votos para legenda. Isso ocorreu porque o eleitor que votou para prefeito, sem ter candidato para vereador, confirmou o mesmo número do candidato a prefeito no momento em que confirmou o voto para vereador! Esse voto é somado na legenda do partido. Por isso que o partido que tem candidatura própria para Prefeito, Governador ou Presidente, leva vantagem com voto de legenda. Esses votos, apesar de mixaria, fazem muita diferença na distribuição das vagas de vereadores ou deputados.  

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